O primeiro-ministro prometeu hoje “celeridade e simplificação” nos apoios às vítimas dos incêndios florestais, assegurando que se houver algum atraso no desbloqueamento dos 500 milhões de euros negociados com a Comissão Europeia, esse dinheiro será suportado pelo Orçamento do Estado.
“Nesta área não vamos olhar a contas de deve e haver ao dia”, afirmou Luís Montenegro, durante um encontro com os 69 presidentes de câmara dos concelhos afetados pelos incêndios nos últimos dias que ocorreu em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro.
No seu discurso, Montenegro lembrou que o Governo já adiantou na semana passada 100 mil milhões de euros do Orçamento do Estado para “não estarmos a desculpar com alguma demora no diálogo com as instituições europeias”.
“Estou em crer que vamos ser ágeis e eles também e há interesse de ambos os lados para que o financiamento seja desbloqueado e nós possamos fazê-lo chegar onde é preciso. Mas se isso não acontecer o Orçamento do Estado suportará essa verba”, assegurou.
O primeiro-ministro prometeu ainda fazer uma “avaliação rigorosa e criteriosa” do que aconteceu em termos operacionais no combate aos incêndios que fustigaram a região norte e centro do país há duas semanas, detetando falhas “sem nenhum prurido”.
Lembrou que “no pico” dos incêndios havia tantas frentes que “não haveria dispositivo nenhum que desse resposta total”, mas vincou que isso “não desculpa eventuais erros que tenham acontecido de decisão ou de coordenação”.
O governante assegurou ainda que o Governo “não irá regatear esforços” a investigar as causas do incêndio sejam elas de natureza mais naturais, ou fruto de negligência ou de comportamento culposo.
“Vamos investigar tudo. O país merece. É um dever moral dos poderes públicos levar essas investigações ao limite do que é possível”, vincou.
Durante o encontro, que contou com a presença do Presidente da República, Montenegro explicou ainda algumas das medidas incluídas no plano de intervenção imediata para apoiar as famílias e as empresas, como o financiamento a 100% pelo Estado das obras de reabilitação e reconstrução até aos 150 mil euros, para as casas de primeira habitação, e 85% a parte sobrante.
À saída do auditório onde decorreu o encontro, questionado pelos jornalistas, quanto ao que as pessoas que perderam a sua casa têm de fazer, Montenegro referiu que o “procedimento é simples”, adiantando que basta “falar com a Câmara Municipal e agilizar”.
“Está tudo programado para ser rápido”, afirmou, sem avançar com mais pormenores.
Montenegro disse ainda ter ficado impressionado com “tanto património perdido”, adiantando, por outro lado, ter visto “tanta resistência e força de vontade nas populações”, concluindo que é preciso ter esperança no futuro”.
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