3ª Edição do Curso de Pastelaria Literária de Óbidos celebra 500 anos de Camões

Foi oficialmente apresentada esta quarta-feira, na Livraria de Santiago, a 3.ª edição do Concurso Nacional de Pastelaria Literária, uma iniciativa promovida pela turma finalista do curso de Gestão e Produção de Pastelaria da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO). Este ano, o concurso presta homenagem ao 5º. centenário de Luís Vaz de Camões, celebrando a vida e obra do maior poeta da literatura portuguesa
através da arte da pastelaria.

Inspirados no legado literário do autor, os participantes foram desafiados a criar peças de pastelaria que unissem a técnica, a criatividade e a expressão artística, incorporando elementos da obra camoniana. O objetivo foi ligar “a criatividade literária à excelência na pastelaria”, estimulando a valorização cultural e o espírito criativo dos jovens profissionais da área, referiram, na sessão de apresentação do concurso, as alunas Carina Silva e Marina Tejo.
Entre os principais critérios de avaliação, destaque para a originalidade da criação, o rigor técnico, a apresentação estética e a capacidade de transmitir uma narrativa através da sobremesa.

Das 44 inscrições foram selecionadas 12 propostas, “todas elas ganhadoras”, afirmou Daniel Pinto, diretor da EHTO, visivelmente orgulhoso de mais uma iniciativa que pretende, acima de tudo, “celebrar a liberdade, a liberdade criativa”. Tal como Óbidos “que arriscou sonhar” em ter uma livraria numa igreja (Igreja de Santiago), também “os alunos da escola de hotelaria e os professores” estão a fazê-lo, no âmbito da disciplina de Desenvolvimento de Produtos Gastronómicos, ao alimentar a criatividade através do
cruzamento entre a literatura e a pastelaria.

Em competição, 12 finalistas, oriundos de escolas de hotelaria e turismo, escolas profissionais e escolas de comércio e serviços das cidades de São João da Pesqueira, Portimão, Porto, Coimbra, Mação, Penafirme, Aveiro, Lisboa, Moita, Faro, Portalegre e Torres Vedras.

O Concurso Nacional de Pastelaria Literária tem vindo a afirmar-se como uma referência no setor, promovendo a excelência na pastelaria contemporânea e incentivando o diálogo entre a tradição e a
inovação.

Margarida Reis, vereadora com os pelouros da Cultura e Educação, aplaudiu a iniciativa, assim como “a vontade dos alunos e dos professores de quererem ir mais além”. “Temos de nos transformar. E essa transformação parte das escolas. A formação está na base da nossa essência. Sermos ‘Cidade Criativa da UNESCO’ significa, aliás, isso mesmo… Transformação, reinvenção.

Temos uma ‘Carrinha do Desassossego’ que leva livros às freguesias, temos um ‘Bosque Literário’, e sempre muito a acontecer para além dos nossos festivais literários”.

A avaliar cada uma das propostas: Bruno Santos, da Óbidos Chocolate House, Ricardo Duque, presidente do Conselho de Administração da Óbidos Criativa, Ana Caldeiras, professora da Universidade de Coimbra, e Natacha Narciso, jornalista e professora.

Durante os dois dias de concurso – 7 e 8 de maio – foram realizadas mostras de produtos, provas (teóricas e práticas), e ainda um jantar literário, no Convento de São Miguel (Gaeiras), sob a orientação do chef Bruno Marques