Leiria

Museu na Nazaré vai ser requalificado e adotar novo conceito museológico

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O Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré, no distrito de Leiria, vai beneficiar de uma requalificação e ainda de um novo conceito que visa a recuperação das memórias da comunidade da Nazaré, na sua relação com o mar.

O Museu Dr. Joaquim Manso ao longo de várias décadas foi-se “degradando” e, em 2019, as patologias no edifício “já eram tantas que começava a parecer difícil mantermos o cumprimento de todas as funções museológicas e o pleno usufruto, inclusivamente do património que ali estava”, disse hoje à agência Lusa, a diretora Regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes.

O edifício foi sofrendo uma significativa degradação que se agravou aquando do seu encerramento em março de 2020, como consequência da situação pandémica provocada pela covid-19.

Nesse sentido, a Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) preparou, com fundos próprios, o processo de requalificação do Museu, com a elaboração dos projetos de arquitetura e especialidades para a reabilitação do edifício, e elaboração de um novo programa museológico e projeto museográfico, num investimento total de cerca de 1,1 milhões de euros (ME).

O projeto museográfico, ou seja, as exposições que vão estar patentes no Museu vão traduzir esta história das memórias da comunidade da Nazaré.

“Todas estas componentes se articulam para criarmos um novo museu que vai contar a história da Nazaré e da relação desta comunidade com o mar” e, dentro desta componente, serão preservadas as “memórias imateriais”, através do processo de digitalização das memórias da comunidade, a “digitalização de património material” e, ainda, um “discurso criado com base em todas estas dimensões – dimensão do património material e imaterial”, explicou Suzana Menezes.

A nova museografia do Museu vai “partir desta relação de afetos ou de desafetos, alegrias ou de luto que constituem a base de uma relação tensa entre o homem e o mar”, acrescentou.

Todo o acervo, que será incorporado no Museu, vai permitir contar as estórias, através de testemunhos de pescadores e ex-pescadores, de mulheres e viúvas, com testemunhos de crianças que tiveram o seu pai ou a sua mãe, ligados ao mar, até à relação do ponto de vista turístico que a Nazaré estabelece hoje, por exemplo.

Todo este trabalho conta com a colaboração do Município da Nazaré.

A DRCC já lançou o procedimento de reabilitação do edifício, que será adjudicado “muito brevemente”.

Para além da requalificação do edifício, vão ser feitas, em simultâneo, ações de restauro de todo o acervo do museu.

No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a DRCC deu ainda nota de que o Museu Dr. Joaquim Manso foi contemplado com verbas para a produção de visitas virtuais e digitalização de coleções.

Notícias do Centro | Lusa

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