As instalações do Instituto da Vinha e da Vinho (IVV) em Leiria vão ser transformadas num espaço cultural, anunciou hoje a Câmara que, em reunião do executivo municipal, aprovou o acordo de transferência da gestão do imóvel.
Segundo uma nota de imprensa, o Município passa a ser o gestor das antigas instalações IVV, junto à estação ferroviária de Leiria, “com o objetivo de recuperar o imóvel e de o transformar num espaço ligado à cultura e à arte contemporânea, nomeadamente a música, a multimédia, as artes performativas e as artes plásticas”.
“Devolutas há mais de três anos, como obriga a lei para que os municípios possam assumir a gestão de bens do domínio privado do Estado, as antigas instalações são compostas por um conjunto de edifícios térreos, cuja construção data dos anos 50, destinados à armazenagem, arrecadação, destilaria e apoios diversos à vitivinicultura”, adianta a autarquia.
Do imóvel fazem parte uma área coberta de 2.293,55 metros quadrados e uma descoberta de 2.745,45 metros quadrados, sendo que o objetivo passa por “intervir nos edifícios e no espaço envolvente, com vista à constituição de um espaço criativo, a ser ocupado com infraestruturas diretamente geridas pela autarquia e pelo movimento associativo cultural do concelho”.
“Em concreto, pretende-se implementar um ‘hub’ criativo, com disponibilização de espaços de trabalhos, de investigação e desenvolvimento e de áreas para residências artísticas, espetáculos e formação”, acrescenta.
Na reunião do executivo municipal, o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes, referiu que o espaço se encontra num “estado de abandono completo” e, mesmo, perigoso, realçando que está localizado numa “zona importante em termos estratégicos” para o futuro do concelho, na União de Freguesias de Marrazes e Barosa.
“Portanto, é preferível estar connosco do que estar ao abandono”, declarou Gonçalo Lopes.
Por seu turno, a vereadora com o pelouro da Cultura, Anabela Graça, frisou a necessidade identificada no Plano Estratégico Municipal da Cultura de a Câmara dispor de um “espaço mais amplo para as indústrias culturais e criativas”.
Segundo Anabela Graça, esta é uma “possibilidade de o município ter um espaço com dimensões grandes e que possa dar resposta a um conjunto de artes”, acrescentando que “o programa tem de ser construído com os agentes culturais e os artistas”, para aferir a forma como vai ser utilizado e quais as áreas prioritárias.
Segundo o acordo hoje aprovado, a transferência da gestão é efetuada pelo prazo de 50 anos, sendo que as obras de recuperação têm de estar concluídas no decurso de três anos a contar da assinatura do documento.
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