A Câmara da Covilhã promove, entre os dias 25 e 28 e junho de 2025, o primeiro Concurso Internacional de Música Júlio Cardona, para músicos entre os 18 e os 30 anos em piano, violino e flauta.
A vereadora da Cultura na Câmara da Covilhã, Regina Gouveia, mencionou o concurso de piano e o concurso de instrumentos de cordas, que se realizou a última vez em 2015, para destacar o papel da cidade neste tipo de oferta e a intenção de enaltecer o talento de jovens músicos.
“Pretendemos com este concurso a valorização e a promoção de jovens músicos e expandir a memória e o legado de Júlio Cardona, um dos mais prestigiados violinistas portugueses do século XX”, vincou a autarca, durante a apresentação desta primeira edição, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O diretor artístico do evento, o maestro e violoncelista covilhanense Bruno Borralhinho, sublinhou que a nova competição na cidade é uma “mistura entre o continuar e renovar” os anteriores eventos.
“O novo Concurso Internacional de Música Júlio Cardona pretende dar seguimento a uma certa tradição da Covilhã em ter concursos internacionais de prestígio”, realçou o também diretor artístico do Ensemble Mediterrain e membro da Orquestra Filarmónica de Dresden.
Bruno Borralhinho, vencedor em 1999 do Concurso Internacional de instrumentos de Arco Júlio Cardona, espera que a nova competição de música venha a ter a procura das anteriores, com músicos provenientes de dezenas de países, mas frisou que “o mais importante não são os números, mas a própria qualidade dos concorrentes”.
Segundo o presidente do júri, este vai ser um evento “com muito critério, com muita qualidade”, com as apresentações no Teatro Municipal da Covilhã e abertas ao público em geral.
Para março está prevista uma pré-seleção por vídeo, de onde sairão os oito escolhidos em cada instrumento para a final, com os violinistas a apresentarem-se em 25 de junho, os flautistas no dia seguinte e os pianistas no dia 27.
Os três primeiros classificados em cada categoria podem ser ouvidos dia 28.
O regulamento contempla a execução de uma obra obrigatória de compositores vivos contemporâneos “de grande exigência e complexidade”, para valorizar o trabalho destes autores.
Para violino foi selecionada uma peça de António Chagas Barbosa, para flauta de Alexandre Delgado e para piano de João Pedro Oliveira.
Cada instrumento terá dois jurados, além de Bruno Borralhinho, e o júri integra dois outros vencedores de concursos internacionais realizados no passado na Covilhã (distrito de Castelo Branco).
De acordo com Bruno Borralhinho, o concurso prevê atividades paralelas com foco em duas personalidades: o violinista Júlio Cardona e o maestro Manuel Campos Costa.
O orçamento, de 20 mil euros, é “muito baixo para este tipo de concursos” e os prémios monetários não foram ainda anunciados, mas o diretor artístico adianta que há outras gratificações.
Os vencedores na execução da obra obrigatória recebem um vale da Ava para a compra de obras do catálogo da editora portuguesa de música erudita.
Os premiados em cada instrumento vão ter a oportunidade de serem solistas em três orquestras profissionais: a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra do Algarve e a Orquestra das Beiras.
Bruno Borralhinho antecipou que o público pode esperar uma “oferta artística com uma qualidade muito alta, muito variada e instrumentos muito diferentes”.
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