Aveiro

Vale de Cambra com orçamento de 28,5 milhões de euros para 2025

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A maioria CDS-PP na Câmara Municipal de Vale de Cambra, distrito de Aveiro, aprovou o orçamento para 2025, no valor de 28,4 milhões de euros, revelou hoje à Lusa o vereador socialista.

A autarquia não disponibilizou à Lusa nenhuma informação solicitada sobre o orçamento e, contactado pela Lusa, o vereador socialista, Tiago Fernandes, afirmou que as despesas com pessoal vão ultrapassar os 8,6 milhões de euros, que a área que vai absorver maior porção de investimento é a da habitação, com cerca de dois milhões de euros, e que os impostos municipais se vão manter nos mesmos valores de 2024, sendo a derrama de 0% a 1% e o IMI de 0,3%, prevendo deduções para famílias com dependentes.

Considerando que o próximo ano dará por encerrados os três mandatos do presidente da autarquia, José Pinheiro, o socialista defendeu que este orçamento é o culminar de 12 anos de gestão que falharam “obras imprescindíveis” para o concelho.

“Após 12 anos de governação pelo CDS, num total de 311 milhões de euros geridos, 70% foram destinados a custos fixos permanentes, restando 93 milhões de euros para investimento. Contudo, [a forma como se vem verificando] a aplicação deste montante não reflete as reais necessidades do concelho nem o seu potencial de crescimento, porque, com 93 milhões, teria sido possível transformar Vale de Cambra e isso não aconteceu”, disse Tiago Fernandes.

Começando por referir como áreas estratégicas para o desenvolvimento local o abastecimento de água, o saneamento, a cultura, o desporto, a expansão das zonas industriais, a melhoria da rede viária e os incentivos para atrair jovens e empresas, o vereador socialista explicou que ao ritmo de “um milhão de euros por ano” em cada um desses domínios prioritários, a Câmara do CDS-PP poderia ter contribuído para o progresso da terra com “84 milhões de euros ao longo de 12 anos, em investimento sustentado e estruturado”, mas o que se vê “é a ausência de resultados concretos e significativos”.

Tiago Fernandes lamentou verificar que “obras estruturais imprescindíveis como a Alameda da Nossa Senhora da Saúde e a correção da Curva da Reta da Batalha permanecem por realizar”.

O vereador listou ainda outras falhas de gestão que diz refletidas no orçamento de 2025: “No turismo, apesar de quase 75 mil euros terem sido alocados a um plano, os recursos efetivamente destinados a ações concretas são escassos. Projetos de grande valor cultural e histórico, como o Museu Nacional dos Laticínios, foram relegados a montantes irrisórios”.

O socialista justificou o seu voto contra concluindo que “a governação do CDS revelou uma ausência de visão estratégica, falhando em apostar no futuro do concelho e no bem-estar da população”, já que “Vale de Cambra ficou aquém do seu verdadeiro potencial, não beneficiando dos investimentos necessários para crescer e prosperar”.

O PSD local, representado no executivo camarário pelo vereador Frederico Martins, que também votou contra o orçamento, criticou nas redes sociais o orçamento, alegando que, “à semelhança de outros anos, está previsto no documento um baixo investimento em projetos, obras, eventos e ações de múltiplas tipologias que seriam estruturantes e (…) o concelho merece”.

A perspetiva dos sociais-democratas é que, “como vem sido apanágio desse executivo”, o plano de atividades e orçamento para 2025 espelham “uma total ausência de estratégia e ambição em áreas estruturais como a economia, em particular na indústria, no comércio e nos serviços”.

Para o PSD, são assim mais as dúvidas do que as certezas: “Onde se consubstancia o aproveitamento dos fundos comunitários disponíveis (…) para projetos que promovam cidades inovadoras e mais sustentáveis, com estratégias de digitalização? (…) Em que se consubstancia a qualificação urbana, integrando a rede viária e as redes de águas pluviais, em simultâneo com importantes investimentos em áreas como desporto, cultura, turismo?”.

O PSD questiona “qual o orçamento anual previsto para a programação e recursos humanos” para o novo centro cultural da cidade, que deverá ser inaugurado após reabilitação do antigo cinema.

Os sociais-democratas alertam ainda que, “ao contrário do que se tem verificado nos últimos anos, seria importante que houvesse um verdadeiro empenho do executivo do CDS no acompanhamento do processo de descentralização de competências ao nível da educação, da ação social ou da saúde, procurando reverter os que não estão a correr tão bem, com acompanhamento próximo e direto com o Governo”.

Notícias do Centro | Lusa

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