A Associação Portuguesa da Castanha (RefCast) promove no dia 30 de novembro, no Porto, a primeira Gala da Castanha, para dar notoriedade a este fruto.
“A ideia foi levar a castanha para fora da zona da castanha, criando um evento que pudesse dar notoriedade à castanha, que pudesse pôr as pessoas a falar da castanha, outras pessoas que não as pessoas da região da castanha”, afirmou à agência Lusa o secretário-geral da RefCast, José Gomes Laranjo.
O investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro adiantou que este é um desafio que remonta a 2013, à génese da associação, que tem, entre os seus membros, produtores individuais, associações, cooperativas, agroindústria, entidades ligadas à investigação e municípios.
“Estamos a trabalhar a imagem da castanha de uma outra forma, procurando modernizá-la, procurando, de facto, criar um momento de charme que a castanha bem merece pela sua qualidade e por aquilo que ela representa em termos da fileira a nível nacional”, declarou José Gomes Laranjo.
Segundo este responsável, a iniciativa está a ter “a adesão de imensos parceiros”, perspetivando-se que seja um “momento grande da castanha em termos da sua divulgação”.
“A gala vai ser, sobretudo, um momento de promoção, de elogio, de premiação daquilo que são os bons exemplos da castanha”, explicou o secretário-geral da associação.
Reconhecendo que “a castanha tem tido alguns problemas ao longo dos últimos anos”, o dirigente salientou que o objetivo da gala passa por “afirmá-la pela positiva” e premiar os eventos ligados à comunicação, inovação, governança, internacionalização e gastronomia.
As candidaturas aos prémios estão a decorrer, referiu José Gomes Laranjo, que foi presidente da associação durante vários anos, desafiando os interessados “a mostrarem aquilo que são os bons exemplos de trabalho na fileira da castanha”.
A abertura da gala, na Alfândega do Porto, está agendada para as 19:00 e inclui um jantar temático e um café-concerto.
A apresentação da iniciativa decorreu hoje na Colónia Agrícola Martim Rei, no concelho do Sabugal (Guarda), colónia onde foi criado um campo experimental e instalados um viveiro de castanheiros e outro de avelãs, na sequência de um protocolo celebrado em 1988 entre a autarquia e a Direção Regional da Agricultura da Beira Interior.
À Lusa, a vereadora Sílvia Nabais disse que a gala pretende “promover não só a produção da castanha, mas também mostrar que a castanha pode ser um produto utilizado de várias formas”.
“Tradicionalmente, em Portugal, ficou-se muito pela castanha assada no inverno, pela utilização da castanha em determinados pratos muito específicos e, sobretudo, sazonais”, notou Sílvia Nabais.
Para a autarca, a gala quer “mostrar que este é um produto que pode ser consumido de várias formas e que pode ter uma rentabilidade muito maior do que a venda só do produto”, pois “pode ser transformado e trazer um ganho adicional para o país”.
O município do Sabugal, que integra a RefCast, tem registada mais de uma centena de produtores de castanha e, em colaboração com outras entidades, tem promovido a plantação de castanheiros e o aumento da produção.
Sílvia Nabais assinalou ainda que se trata de um “produto de elevado rendimento e que poderá ser uma forma também de fixação de população no concelho”.
De acordo com informação da Câmara, estima-se que este seja um mercado que gera anualmente 1,2 milhões de euros no concelho.
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