O PSD escolheu o antigo presidente da Câmara de Vagos Rui Cruz para disputar a liderança do município nas próximas autárquicas, 12 anos depois de ter ‘passado o testemunho’ a Silvério Regalado, atualmente secretário de Estado da Administração Local.
Em declarações à agência Lusa, Rui Cruz – que foi presidente da Câmara Municipal de Vagos de 2001 a 2013 – confirmou que volta a concorrer à liderança do município para servir as pessoas da sua terra, ajudando a resolver os seus problemas e desenvolvendo o território.
“Gostaria de acabar a minha carreira política onde comecei, ou seja, na presidência da Câmara Municipal de Vagos. Depois dos cargos políticos por onde passei, cheguei à conclusão de que o sítio onde fui mais feliz e que me deu mais prazer foi servir as pessoas na Câmara de Vagos, na minha terra, não é em outra terra qualquer”, afirmou.
O advogado, que também foi deputado na Assembleia da República em várias legislaturas, caso volte a ser eleito, pretende levar ao concelho de Vagos mais qualidade de vida, maior qualidade nos equipamentos, para além de mais desenvolvimento e oportunidades.
“A minha prioridade são as famílias, as empresas e as associações, pois é nestas três entidades que está a força que transforma um concelho. Não é a autarquia ou o dinheiro público que constrói um país, quem transforma um território são as pessoas, é a sociedade civil e as suas organizações”, justificou.
Para o antigo autarca, é preciso criar medidas para resolver os problemas de um conjunto de famílias da classe média, que têm sérios problemas na habitação e para custear os seus filhos, alunos na universidade.
Também em relação às famílias mais pobres, “é necessário criar uma nova geração de políticas”, quer na habitação, educação, como na saúde.
“Temos de olhar para as famílias que têm jovens que estudam ou que querem emancipar-se e não conseguem sair de casa porque não têm uma habitação, nem oportunidades de emprego de qualidade, e emigram para terem empregos qualificados e bons ordenados”, acrescentou, aludindo ainda à necessidade de se assegurar o dever de assistência aos idosos.
O candidato do PSD apontou também outras ‘bandeiras’, entre as quais a reorganização dos serviços municipais, a recuperação e refuncionalização de edifícios do Estado que estão abandonados, conseguir mais competências para o Tribunal de Vagos e a defesa da costa, por causa das alterações climáticas.
“Vagos tem vindo a perder território: quando fui eleito Presidente da Câmara em 2001, Vagos tinha 173 quilómetros quadrados de costa e hoje deve ter para aí uns 165 por força da subida das águas do mar e da erosão costeira. De uma vez por todas, tem de se encontrar uma solução de investimento na defesa de costa, para que estabilize o avanço das águas do mar para os próximos 50 anos”, referiu.
O social-democrata Silvério Regalado foi eleito presidente da Câmara Municipal de Vagos em 2021 com 60,7% dos votos, enquanto o CDS/PP arrecadou 19,44% dos votos, o PS 8,75%, o Chega 5,41% e a CDU 1,24%.
Em janeiro, a liderança da Câmara de Vagos passou para o até então vice-presidente Paulo Sousa, depois de Silvério Regalado ter sido eleito deputado.
O executivo da Câmara de Vagos é formado por seis eleitos do PSD e um do CDS/PP.
As eleições autárquicas deverão decorrer entre setembro e outubro deste ano.
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