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 Meia centena de pessoas manifestaram-se em Viseu contra “assalto fiscal” 

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Meia centena de pessoas manifestaram-se hoje em Viseu contra os sucessivos aumentos do preço do combustível, criticando o “assalto fiscal” de que estão a ser alvo os portugueses.

“Mãos ao alto, isto é um assalto”, gritaram os manifestantes, que não se deixaram assustar pela chuva.

O protesto começou junto à rotunda cibernética, onde, no passeio por baixo de um cartaz do PS com as inscrições “Controlar a pandemia. Recuperar Portugal. Cuidar do Futuro”, foram colocadas duas bombas de combustível feitas em cartão com o preço: “Total – 100.00 euros” e “Imposto – 60.00 euros”.

Ao som de cornetas e com faixas nas mãos a exigir “combustível mais barato” e “menos impostos, mais mobilidade”, as cerca de 50 pessoas – algumas das quais levando no rosto uma máscara do primeiro-ministro, António Costa – caminharam depois pela Avenida da Europa para mostrar a sua indignação.

“Isto é uma exploração do desgraçado do cidadão”, gritava Bernardete Santos.

A mulher disse aos jornalistas que já não aguentava ficar sentada no sofá “a ver o crescimento dos impostos em catadupa”, sem que haja uma “perspetiva de crescimento económico” de Portugal.

“Apenas estão a sustentar-se em impostos e mais impostos para nos levar à pobreza”, lamentou, lembrando que, numa zona do país como Viseu, em que os transportes públicos “são muito deficitários”, quem precisa “trabalhar para conseguir sustentar a família tem mesmo que se deslocar numa viatura própria”.

Do mesmo se queixou Tiago Lima, que vive em Viseu e trabalha no concelho vizinho de Tondela.

“Quem se desloca todos os dias cerca de 30 quilómetros para ir trabalhar, corresponde a quase 200 euros de gasóleo, em que só 120 euros são para o Estado e isso é insuportável”, frisou.

A manifestação de hoje foi convocada pelo núcleo de Viseu da Iniciativa Liberal, mas pretendeu ser apartidária, até porque “não há ninguém que fique muito agradado de 60% do preço que paga por um litro de combustível ser uma fatia para o Estado”, disse aos jornalistas o seu coordenador, Sérgio Figueiredo.

A adesão foi a desejada: “O tempo não está muito amigável para este tipo de eventos e ainda assim conseguimos reunir um bom número de pessoas.”

Na opinião de Sérgio Figueiredo, o anúncio da redução da taxa do imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) aplicável à gasolina e ao gasóleo de pouco valeu.

“Toda a gente consegue entender que aquilo de boa vontade não tem nada. Porque se fosse de boa vontade não eram dois cêntimos, nem era depois de se levantar uma onda de protestos. É atirar areia para os olhos, é tirar dois cêntimos de um lado, para depois aumentar no outro”, frisou.

Neste âmbito, depois da manifestação de hoje, poderão vir a ser marcadas outras, avisou.

Atualmente a viver o período com preços de gasóleo e gasolina mais caros dos últimos três anos, Portugal viu esta semana, pela primeira vez, o custo de venda ao público de um combustível ultrapassar a barreira dos dois euros por litro em alguns postos de abastecimento das áreas de serviço nas autoestradas.

Uma situação que resulta de uma conjugação de fatores, desde restrições por parte dos grandes exportadores de petróleo, à explosão da procura após a contenção durante a pandemia de covid-19 e à pressão sentida em toda a cadeia logística, onde se têm registado subidas de preços não só nos transportes, mas também nas operações portuárias e nos seguros.

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