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Corte de acesso ao cais de Malpica do Tejo indigna localidades fronteiriças

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A população de Malpica do Tejo e de Herrera de Alcântara (Espanha) sentem-se injustiçadas e indignadas por se verem privadas do acesso ao cais da freguesia portuguesa, na sequência de um processo que está em tribunal.

Numa nota publicada na sua página da Internet, a Câmara de Castelo Branco explicou que “a questão não é nova, mas voltou à atualidade” através de uma iniciativa realizada pelo município.

Recentemente, o município promoveu uma reunião de trabalho, no Centro de Apoio às Atividades da Natureza de Malpica do Tejo, que juntou as entidades municipais portuguesas e espanholas, que reivindicam o direito de passagem pelos caminhos públicos de acesso ao rio Tejo na parte em que este separa os Ayuntamientos de Santiago de Alcântara, Herrera de Alcântara e Cedillo, e das Juntas de Freguesia de Monforte da Beira e de Malpica do Tejo, no concelho de Castelo Branco.

“O acesso ao cais de Malpica do Tejo está a ser resolvido em tribunal, para que seja decidido se se trata de um caminho público ou privado”, sintetizou a autarquia de Castelo Branco.

Segundo o município, trata-se de um acesso “que tem um impacto significativo na vida quotidiana, não apenas em termos económicos e turísticos”.

A Câmara adiantou mesmo que as relações pessoais entre a freguesia portuguesa de Malpica do Tejo e a localidade espanhola de Herrera de Alcântara “têm vindo a ficar comprometidas”.

“Desde o fim da Guerra da Restauração que se mantêm laços familiares e de amizade entre portugueses e espanhóis, para além de serem promovidos, desde que há memória, vários intercâmbios transfronteiriços”, frisou.

Agora, com o acesso cortado, uma distância de 10 quilómetros entre as duas margens do Rio Tejo transformou-se numa viagem de várias horas e 198 quilómetros para conseguirem confraternizar e manter os laços familiares e de amizade entre as duas localidades fronteiriças.

“Os caminhos dão acesso a terrenos e habitações, pelo que as populações destas zonas fronteiriças têm vindo a expressar de várias formas um sentimento de injustiça e indignação por se verem privadas de um acesso que tem um impacto significativo na vida quotidiana, não apenas em termos económicos e turísticos”, sublinhou a Câmara de Castelo Branco.

Para o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, esta reunião de trabalho foi uma oportunidade para estreitar os laços de amizade e institucionais que unem ambos territórios.

“Sou um homem de diálogo e é pelo diálogo que acredito que vamos resolver esta situação, porque sabemos que pode arrastar-se por dezenas de anos em tribunal. Fizemos uma reunião com o novo proprietário do terreno, que se mostrou bastante sensível e empenhado em resolvê-la e ficámos de voltar a reunir no início de setembro”, explicou.

Leopoldo Rodrigues salientou ainda que espera que por essa altura “já haja alguma vontade para um entendimento”.

“Se esgotarmos essa possibilidade, teremos de intensificar a luta jurídica”, concluiu.

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