Leiria

Comissão cívica teme suspensão das obras de modernização da Linha do Oeste

0

 A comissão cívica Para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO) manifestou-se hoje preocupada com o atraso na modernização da Linha do Oeste e receosa que os trabalhos sejam suspensos por desconformidades no projeto.

De acordo com o porta-voz da comissão, José Rui Raposo, “várias empresas do consórcio [responsável pelas obras de modernização da linha do Oeste entre Meleças e Torres Vedras] já retiram trabalhadores e desmontaram os estaleiros”, levando a comissão temer que, “se não está já parada, a obra possa vir a ser suspensa devido a desconformidades no projeto”.

O jornal Público noticiou a semana passada que terá sido detetada uma desconformidade entre a base topográfica e o terreno o que, segundo disse José Raposo à agência Lusa, “pode levar a alterações na obra na ordem dos 10 milhões de euros e a parar a obra por tempo indeterminado até chegarem a acordo sobre o pagamento destes trabalhos a mais”.

Contactada pela Lusa, a IP esclareceu que a empreitada de modernização do troço da Linha do Oeste entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras não está parada e que “as frentes de trabalho continuam a decorrer”, estando até ao momento “mais de 30% do total da empreitada já executada”.

Em comunicado, a CPDLO manifestou receios de que se venha a efetivar a paralisação das obras neste troço, o que, a somar “ao atraso relativo ao lançamento da obra do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, “poderá resultar numa diferença de conclusão superior a cinco anos”.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste lamentou ainda “a ausência de empenho político dos responsáveis ministeriais em fazer deste eixo ferroviário”, que é “um importante vetor de desenvolvimento económico e social da região do Oeste”.

Os atrasos já registados na execução do projeto [que deveria ter tido início em 2017 e ficar concluído em junho de 2020 mas que só se iniciou em novembro desse ano] impedem que se reúnam “condições para uma melhor oferta do transporte público ferroviário, nas ligações regionais e inter-regionais”, lê-se no comunicado.

Além disso, os atrasos podem impedir também a “redução dos custos decorrentes da utilização de material circulante a diesel e do transporte rodoviário coletivo ou individual, designadamente nas ligações entre os grandes centros urbanos e para a diminuição dos níveis de poluição”, critica.

Por tudo isso, a comissão solicitou ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, uma reunião com “caráter de urgência para reclamar a sua intervenção na resolução do problema existente”.

“O objetivo é, por um lado, reclamar a sua intervenção para rápida conclusão deste troço, mas também saber quando será iniciado o troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha e quando é que a Linha será equipada com o novo material circulante que foi adjudicado a uma empresa suíça”, disse José Rui Raposo à Lusa.

Se a situação se “protelar”, a CPDLO admite avançar com “iniciativas que pressionem o Governo e as outras entidades envolvidas a encontrarem as soluções adequadas para o bom andamento dos trabalhos para a modernização e eletrificação da linha”.

O projeto de modernização da Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz) está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira a de eletrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças  (Sintra) e Torres Vedras, num investimento de 61,7 milhões de euros.

A segunda será a modernização e eletrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, orçada em 40 milhões de euros.

À Lusa, a IP afirmou que a obra foi já contratada, aguardando-se a assinatura do auto de consignação, que marcará a data de início da empreitada, após a concessão do Visto Prévio ao contrato, que foi solicitado pela ao Tribunal de Contas, em dezembro de 2021. A empreitada tem um prazo de execução de 660 dias.

Notícias do Centro | Lusa

Carta ao Vaticano vale a idosos de lar dos Pousos ida a Roma para ver o Papa

Notícia anterior

Longe da guerra, Sofia só pensa em aprender português para começar uma nova vida no Fundão

Próxima notícia

Também pode gostar

Comentários

Comentários estão fechados

Mais em Leiria