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Centenário do desaparecimento de Sacadura Cabral evocado em Celorico da Beira

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O município de Celorico da Beira assinala na sexta-feira o centenário do desaparecimento de Sacadura Cabral, no Mar do Norte, com várias atividades para evocar “tão nobre filho desta terra”, informou a Câmara Municipal.

O aviador e oficial da Marinha, natural de Celorico da Beira, no distrito da Guarda, desapareceu em 15 de novembro de 1924, num acidente de aviação, quando regressava a Lisboa após uma viagem aos Países Baixos. Tinha 43 anos.

“O município de Celorico da Beira está empenhado em exaltar e celebrar o espírito guerreiro, persistente, resiliente, arrojado e empreendedor de Sacadura Cabral, enquanto fonte de inspiração para as futuras gerações, bem como em não deixar cair no esquecimento, legando para a posteridade, a memória da grandiosidade dos feitos deste ilustre filho da terra”, lê-se numa nota da auatarquia enviada à agência Lusa.

A apresentação da moção “Redenominação do Futuro Aeroporto de Alcochete, de Luís de Camões para Sacadura Cabral”, aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal (AM) de Celorico da Beira, em junho, é um dos momentos altos do dia.

A proposta apresentada pelos eleitos do PS sugere que o novo aeroporto de Lisboa, a construir em Alcochete, seja batizado como “Aeroporto Sacadura Cabral” em vez de “Luís de Camões”.

Na altura, José Miguel Figueiredo, líder da bancada do PS na AM celoricense, justificou que, “apesar da importância histórica e cultural de Luís de Camões”, seria “justo e apropriado” o aeroporto ter o nome Sacadura Cabral, tendo em conta “o seu contributo para a aviação portuguesa” com a primeira travessia aérea do Atlântico Sul juntamente com Gago Coutinho, em 1922.

A proposta do município de Celorico da Beira é suportada por “argumentos históricos e culturais”. Pretende também “honrar e perpetuar o legado” de Sacadura Cabral e “homenagear um dos nossos conterrâneos e elevar o nome do nosso concelho”.

A moção já foi enviada aos grupos parlamentares na Assembleia da República, ao gabinete do primeiro-ministro e ao ministro das Infraestruturas e Habitação.

Do programa da homenagem a Sacadura Cabral consta ainda o lançamento do livro “Aviação Naval (1912-1924) – Das origens à perda de Sacadura Cabral”, do capitão-de-mar-e-guerra Hugo Baptista Cabral, e da publicação municipal “Celorico da Beira, 1881 – A vila em que nasceu Artur de Sacadura Freire Cabral”.

Estará também patente a exposição itinerante “Sacadura Cabral: Um Legado na Aviação” e a Banda da Força Aérea dará um concerto no Centro Cultural da vila, pelas 21:00, com a participação do eufonista celoricense Mauro Martins.

Na ocasião, o município vai também inaugurar a reconstrução e ampliação das escolas EB2,3 Sacadura Cabral e EB1 de Lageosa do Mondego.

Artur Sacadura Cabral (1881-1924) foi promovido a contra-almirante pela Marinha, a título póstumo, numa cerimónia realizada na Escola Naval, no Alfeite, a 8 de novembro.

Em comunicado, a Marinha justifica a decisão como uma promoção que “surgiria naturalmente” na carreira do aviador dadas “as qualidades demonstradas” pelo oficial “cujo desempenho foi sempre muito destacado”.

Além de ter protagonizado, com Gago Coutinho, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, Sacadura Cabral foi ainda um dos primeiros instrutores da Escola Militar de Aviação, diretor dos serviços de Aeronáutica Naval e comandante de esquadrilha na Base Naval de Lisboa, lembra a Marinha.

Notícias do Centro | Lusa

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