O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), Joaquim Batista, apelou hoje ao governo para ser consequente na recuperação do ecossistema lagunar da Ria de Aveiro.
Falando na apresentação da RiaViva, sociedade que vem dar continuidade à Polis Litoral Ria de Aveiro, Joaquim Batista socorreu-se da imagem que servia de cenário à cerimónia, referente a uma das obras de proteção das margens realizadas pela Polis.
Dirigindo-se, na pessoa da ministra do Ambiente, Graça Carvalho, ao governo, o líder da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro lembrou a necessidade de concluir o dique do Baixo Vouga Lagunar, obra reclamada na região há quatro décadas.
“Quero deixar este apelo que é absolutamente determinante para sermos consequentes, porque não se recupera um ecossistema tratando apenas de uma margem”, apontando para a imagem na margem oposta, onde a água salgada invade os campos agrícolas, contornado a secção central do dique, a única que chegou a ser construída e de pouco ou nada serve.
“É desse valor ambiental e agrícola que estamos a falar também, destas duas articulações que são absolutamente complementares e que só se concretizadas ambas é que seremos capazes de ter o resultado que projeta”, salientou.
Joaquim Batista aproveitou o uso da palavra para transmitir também a sua preocupação pelo impacto das obras no Porto de Aveiro, no que respeita ao aumento da amplitude das marés.
Dizendo que o que se faz no Porto de Aveiro “sente-se nas cabeceiras de canal”, de Ovar a Mira, o autarca afirmou que “na década de 50, o prisma de maré (diferença entre a maré baixa e a maré alta) era de metro e meio e hoje é de três metros e meio”.
O seu antecessor na CIRA e vogal na administração da VivaRia, Ribau Esteves, salientou o trabalho feito pela Polis Ria de Aveiro, a que esteve ligado desde a sua criação, agradecendo ao governo a decisão de continuar a requalificar a Ria, agora numa nova fase, com a RiaViva que abrange a qualificação dos rios Cértima, Levira e Vouga”.
Pimenta Machado, da Agência Portuguesa do Ambiente e também presidente da RiaViva, indicou como desafios a enfrentar, em termos ambientais, preparar o território para as mudanças do clima, com atenção à erosão costeira, à amplitude das marés e à recuperação dos rios.
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