O festival de cinema Vista Curta deste ano, a realizar em outubro, dedica a edição às ‘longas’ galegas, disse à agência Lusa a organização que, entre os cine-concertos agendados destaca o de Rui Reininho com Edgar Pêra.
“Como é habitual, e é já uma das nossas marcas, o festival foca-se anualmente ou no cinema de um país ou num determinado realizador e, este ano, o nosso foco vai para o cinema galego com quatro ‘longas’ galegas e, algumas, com a presença do realizador”, anunciou uma das dirigentes do Cine Clube de Viseu, Margarida Assis.
A responsável contou à agência Lusa que, para esta mostra, a organização contou com a “ajuda preciosa de Ramiro Ledo, um galego que tem uma distribuidora, é programador de cinema e trabalha com vários projetos relacionados com cinema, na Galiza, e impulsionou alguns pequenos cinemas”.
“Demos-lhe carta branca e a ajuda dele foi imprescindível”, admitiu Margarida Assis que destacou a “Longa Noite”, de Eloy Enciso, filme que “teve muito impacto por onde foi passando”, e o realizador vai marcar presença no festival.
“Trinta Lumes”, de Diana Toucedo, e “Costa da Morte, de Lois Patiño, são outras duas longas-metragens a serem exibidas e, depois, na semana seguinte, é a vez de “Nación”, da Margarida Ledo, que é a realizadora “em destaque na revista” do Cine Clube de Viseu, Argumento.
Os habituais cine-concertos vão também marcar presença nesta 11.ª edição do festival onde “há alguns direcionados para famílias, como é o caso de Ricardo Martins e Quim Albergaria, com duas baterias em palco a musicar filmes mudos”.
“E depois temos bastante expectativa no cine concerto com Edgar Pêra e Rui Reininho, ‘Filmitis vs Reinitis’, uma vez que é um cine concerto que se baseia no primeiro livro de Rui Reininho, de 1983 e que estamos a reeditar”, contou.
Margarida Assis disse que as duas edições, a de lançamento e uma de 2006, “estavam esgotadas e, então, o Cine Clube de Viseu, num esforço conjunto com o Teatro Viriato, resolveu fazer uma reedição do ‘Sífilis vs Bilitis’, que estará à venda” neste festival.
“Edgar Pêra escolheu alguns poemas desse livro para começar a pensar e desenhar este cine concerto que vai ser um reencontro entre os dois, que se conhecem desde os tempos da escola do cinema, com trabalhos conjuntos pontuais. Mas agora estão há muitos anos sem o fazerem, e vão agora reencontrar-se neste cine concerto”, disse.
O festival, que se realiza em Viseu de 12 a 16 de outubro, tem, este ano, mais filmes selecionados para o concurso.
“A qualidade das propostas era elevada e nós sentimos que fazia sentido; que os filmes tinham de estar. Duplicámos a seleção [em relação ao ano passado] – são 16 -, porque é notório que a nível nacional há cada vez mais pessoas a trabalhar em cinema e cada vez mais meios para o fazer e isso depois nota-se aqui, no festival”, explicou.
No entender de Margarida Assis, este ano “há uma curiosidade: é que não há nenhuma animação, apesar de ser uma seleção bem diversificada com drama, comédia, documentários e experimental, o que acaba por espelhar o que se está a fazer”, tendo em conta que a concurso vão filmes de 2020 e 2021.
“A competição local continua reduzida, apesar de ter uma animação. Mas temos de promover ainda mais o local, até porque é a essência do Vista Curta, porque nasceu para promover e impulsionar as produções locais”, admitiu.
No concurso nacional, contou, “não há só pessoas que estão a começar, jovens, como também concorrem nomes já consolidados como Paulo Abreu ou Cláudia Varejão, e isso também é interessante”.
“É notório que os realizadores, e não só, começam a reconhecer o Vista Curta e a falar sobre o festival, o trajeto que temos feito. Pouco a pouco, acho que estamos a conquistar lugar a nível nacional. E é com muita alegria que ouvimos os realizadores falar do festival e a quererem estar presentes”, disse.
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