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Universidade de Coimbra quer reduzir transmissão de infeções hospitalares

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A Universidade de Coimbra (UC) quer contribuir para reduzir o risco de transmissão de infeções hospitalares e melhorar o clima interior em unidades de saúde.

As novas abordagens estão a ser desenvolvidas no âmbito do projeto “Human – Centric Indoor Climate for Healthcare Facilities (HumanIC)”, liderado pela Universidade Técnica de Varsóvia, e do qual participam as faculdades de Ciências e Tecnologia e de Medicina da UC.

A iniciativa é de uma rede doutoral financiada no âmbito do Programa Marie Curie e visa a redução do risco de transmissão de infeções hospitalares em unidades de saúde, propondo soluções que integram as interações complexas entre fontes de contaminação, fluxos de ar e as necessidades clínicas e energéticas dos hospitais, revelou hoje a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), num comunicado enviado à agência Lusa.

“Há evidências claras de que os escoamentos de ar controlam a dispersão e a exposição a agentes patogénicos transportados pelo próprio ar e depositados nas superfícies nos microambientes que rodeiam e estão nas proximidades do corpo humano”, explicou o docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC e coordenador do projeto na UC, Manuel Gameiro da Silva.

A investigação pretende desenvolver métodos inovadores que analisam as interações humanas com os microambientes de risco, como salas de cirurgia e enfermarias.

“O objetivo é minimizar a propagação de agentes patogénicos transportados pelo ar, garantindo ao mesmo tempo conforto térmico e segurança”, sublinhou o também investigador da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial.

Ao gerar novos conhecimentos sobre a transmissão de contaminantes e a dinâmica dos fluxos de ar, o estudo procura otimizar o ‘design’ de soluções técnicas e implementar métodos eficazes de controlo do clima interior em hospitais.

Com um programa de investigação e uma formação especializada, o consórcio HumanIC visa criar uma geração de cientistas e engenheiros que compreendam as implicações destas interfaces no futuro ‘design’ hospitalar.

“Este esforço é o resultado de uma colaboração entre equipas académicas europeias de topo e parceiros da indústria de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) e saúde”, explicou.

De acordo com Manuel Gameiro da Silva, o conceito de clima interior centrado no ser humano refere-se ao microambiente que rodeia o corpo humano, privilegiando a segurança e o bem-estar dos doentes.

“Este tipo de clima interno desempenha um papel crucial em locais como salas de operações, unidades de isolamento e laboratórios, onde a segurança depende de condições ambientais altamente controladas”, sublinhou.

O projeto HumanIC é financiado pela Comissão Europeia, através do programa Horizonte Europa, com o valor global de 2,7 milhões de euros, decorrerá até 2027 e conta com a participação de parceiros académicos e tecnológicos de uma dezena de países.

Esta investigação engloba e financia os trabalhos de onze teses de doutoramento a serem realizadas em oito universidades europeias de referência.

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