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Universidade da Beira Interior com projeto para avaliar recursos e riscos geológicos no Atlântico

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A Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, vai coordenar um projeto de investigação que visa desenvolver a próxima geração de modelos geodinâmicos para a avaliação dos recursos naturais e dos riscos geológicos na zona do Atlântico.

Em nota de imprensa hoje enviada à agência Lusa, esta universidade no distrito de Castelo Branco especifica que o projeto GEMMA vai centrar-se na zona onde se localizam os arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias (Espanha) e Cabo Verde.

Segundo aponta, estes conjuntos de ilhas situam-se na região designada de Macaronésia, considerada um excelente laboratório natural para estudar muitos dos processos que controlam a dinâmica interna de todo o planeta.

“Para a construção dos modelos geodinâmicos, iremos utilizar observações geodésicas precisas para monitorar os processos geofísicos lentos, mas inexoráveis, causados pela dinâmica da Terra”, refere o docente do Departamento de Informática da UBI e coordenador do projeto, Rui Fernandes, citado na nota de imprensa.

A informação refere que, “quando combinadas com outras ferramentas geofísicas e geológicas, essas observações permitem constranger alguns dos aspetos mais enigmáticos dos processos geodinâmicos que atuam na crosta e no manto superior e que resultam em mudanças topográficas mensuráveis”.

O objetivo geral do GEMMA é otimizar a combinação de observações geodésicas modernas e precisas com os mais recentes dados sísmicos, para testar e refinar os modelos existentes para os processos que atuam na região.

Resultará, assim, em novas soluções geodinâmicas para explicar as forças e processos que atuam na região da Macaronésia. O conhecimento decorrente desta investigação também terá implicações para outras disciplinas, como a gestão de riscos geológicos e recursos, estando a montante de várias aplicações tão diversas como a navegação, engenharia e estudos do nível do mar, acrescenta o comunicado.

“O refinamento dos modelos geodinâmicos existentes para esta área do Atlântico é, portanto, estratégico para Portugal, Espanha e Cabo Verde, que detêm soberania sobre estes arquipélagos, mas também são de interesse global, dado que os processos subjacentes ao vulcanismo das ilhas oceânicas constituem uma das últimas fronteiras na compreensão da dinâmica interna do nosso planeta”, salienta ainda Rui Fernandes.

O GEMMA tem um prazo de execução de 36 meses (entre 2022 e 2024).

Os investigadores da UBI envolvidos no projeto são Rui Fernandes, Stephánie Dumont e Machiel Bos. Conta ainda com a parceria do Instituto Dom Luiz (IDL/FC/ULisboa), Associação RAEGE Açores – Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (A-Raege-Az), FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências (FCiências.ID) e o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL/IPL).

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