Os trabalhadores das transportadoras rodoviárias privadas de passageiros aproveitaram a greve de hoje para fazer plenários e decidiram fazer duas concentrações em dezembro, em Lisboa e Coimbra, se as empresas não avançarem com uma nova proposta salarial.
Durante a paralisação, realizaram-se plenários em vários locais e foi aprovada uma moção onde os trabalhadores reivindicam a retoma das negociações com as empresas, com novas propostas de aumentos salariais e melhoria das condições de trabalho e anunciam duas concentrações em dezembro, em Lisboa e Coimbra.
Segundo Anabela Carvalheira, dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), “a greve correu bem, em particular na zona de Lisboa e no centro do país”.
“No resto país não foi tanto assim porque foram decretados serviços mínimos e muitos trabalhadores já sentem dificuldades económicas para fazer mais uma greve, porque ganham praticamente o salário mínimo nacional”, disse a sindicalista à agência Lusa.
A dirigente sindical referiu o exemplo da Rodoviária de Lisboa, que cumpre na sexta-feira novo dia de greve, e onde a adesão à paralisação rondou hoje os 70%.
De acordo com a Fectrans, os trabalhadores avançaram para mais esta greve para contestar a proposta de aumentos salariais da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP) para 2022.
“A ANTROP propôs, antes de interromper as negociações, aumentos salariais de 10 euros, o que fica muito aquém da necessidades dos trabalhadores, que ganham salários muito baixos, que têm vindo a ser equiparados ao salário mínimo nacional”, disse Anabela Carvalheira.
Os trabalhadores das rodoviárias privadas de passageiros fizeram greve pelo mesmo motivo nos dias 20 de setembro, 01 de outubro e 22 de novembro.
De acordo com a Fectrans, a greve teve uma adesão entre os 60% e os 100%.
Os trabalhadores reivindicam o aumento do salário base do motorista para 750 euros e uma atualização, na mesma percentagem, para os demais trabalhadores.
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