A cabeça de lista do PSD à Câmara de Leiria, Sofia Carreira, admitiu hoje que o resultado eleitoral, que manteve o município no PS, não foi o desejado e garantiu um mandato com “oposição firme”.
“O balanço, naturalmente, não era o que nós desejávamos, porque tínhamos um projeto ambicioso para Leiria, que continuamos a ter”, afirmou à agência Lusa Sofia Carreira, assegurando que o PSD vai “manter a estratégia” que tinha sido objeto de reflexão e o trabalho “feito para desenvolver” o concelho.
Nas eleições autárquicas de domingo, o socialista Gonçalo Lopes foi reeleito presidente da Câmara de Leiria, diminuindo de oito para sete os mandatos (54,11% dos votos). O PSD manteve três (21,84%) e o Chega elegeu, pela primeira vez, um vereador (11,53%). O PS lidera ainda em 17 das 20 freguesias do concelho.
“Não chegámos ao objetivo que queríamos, porém, subimos, temos mais eleitos nas freguesias, mantivemos a vereação”, adiantou a candidata, referindo que o aumento de eleitos nas freguesias (de 65 para 74) vai “pôr, novamente, as freguesias num papel ativo”.
Ainda assim, admitiu que “esperava liderar mais freguesias”.
Sofia Carreira, que parabenizou o vencedor, assegurou que o partido vai “fazer uma oposição firme” e trabalhar as freguesias que conquistou da forma que entende ser o melhor para o concelho.
A social-democrata, deputada na Assembleia da República, afiançou ainda que vai assumir o lugar de vereadora.
“Não comungo de pessoas que assumem responsabilidades e depois não as concretizam. As nossas responsabilidades com os leirienses são para cumprir e para manter”, justificou.
Admitindo que a onda laranja no país passou ao lado da capital de distrito, Sofia Carreira salientou que o PSD, em Leiria, “passou por uma fase muito complicada”, mas agora é um partido renovado, com uma nova estratégia e uma atitude diferente.
“É difícil ao eleitorado ainda perceber isso, mas eu penso que com o nosso trabalho e com a nossa dedicação isso vai ser viável e possível”, declarou.
No atual mandato, os três vereadores eleitos pelo PSD passaram a independentes.
Questionada sobre as razões que levaram o eleitorado a não reconhecer o trabalho do PSD, a cabeça de lista disse que, “uma coisa é o trabalho do deputado, outra coisa é o trabalho local, junto às populações, aquele trabalho mais presente”.
“Eu já estava há algum tempo mais ausente deste trabalho. E, claro, competir com uma notoriedade do incumbente é sempre muito mais difícil”, argumentou.
Por outro lado, sustentou que o PSD, que perdeu a Câmara de Leiria para o PS em 2009, passou 16 anos de “más soluções”.
“Agora, vamos ter este trabalho de formiguinha para recuperar o nosso eleitorado, porque ele está cá, porque nas legislativas os resultados são óbvios”, acrescentou.
Segundo Sofia Carreira, que integra a concelhia social-democrata de Leiria, o partido vai ter, “na oposição, de fazer esse trabalho, para que se perceba, claramente, que o PSD está forte e que vai assumir aqui esta missão de recuperar Leiria, de recuperar o respeito que sempre teve e a responsabilidade política que sempre quis assumir”.
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