Castelo Branco

Sem Rotas na Raia percorre Madeiros de Idanha e Penamacor

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Sem Rotas na Raia, organização motociclista de habitantes, trabalhadores e amigos do concelho de Idanha-a-Nova, realizou mais um passeio, sendo este já considerado uma tradição.

A organização realizou no dia 8 de dezembro um circuito com vista a proporcionar aos participantes uma experiência cultural dedicada aos Madeiros de algumas freguesias de Idanha-a-Nova e de Penamacor.

O percurso iniciou no Estaleiro Municipal de Idanha-a-Nova, onde reuniram com os festeiros da Festa da Senhora da Graça, do Espírito Santo e Senhora das Dores que explicaram esta tradição. Os festeiros da Sra. da Graça são crianças na casa dos 10/12 anos, as mães assumem a responsabilidade de dirigir os trabalhos e os pais executam. O Madeiro é recolhido e é efetuado um convívio antes de se levar os Madeiros para a Senhora da Graça em Idanha-a-Nova.

A festa da Senhora da Graça é efetuada no fim de semana após a Senhora do Almortão.

Os Madeiros do Espírito Santo e Senhora das Dores estão atribuídos aos festeiros da Festa da Senhora das Dores no Verão, neste caso o Club União Idanhense. Os Madeiros são recolhidos no dia 7, no dia 8 realiza-se um convívio no Estaleiro Municipal e depois o desfile dos Madeiros segue até ao seu local, onde serão acesos na véspera de Natal.

Uma tradição um pouco diferente é a de Proença-a-Velha, onde o Madeiro após ser recolhido no campo, é colocado em duas carroças de bois e é transportado até ao Largo da Igreja. As carroças são puxadas pela população com ajuda de uma corda e as pessoas vão dando as vivas e agradecendo.

A tradição mandava que estes trabalhos fossem efetuados pelos jovens que iriam à tropa, sendo neste momento recolhidos por voluntários.

Na Senhora do Incenso, em Penamacor, os jovens de 20 anos envolvidos informaram que a tradição também implica o convívio na noite de dia 7 de dezembro, com o arranque dos Madeiros, desfilando-se no dia 8 de manhã até ao Largo da Igreja Matriz onde é descarregado e empilhado o Madeiro, que é considerado o maior do país.

Os festeiros têm o apoio de particulares e de empresas que disponibilizam máquinas e os Madeiros. A tradição também implica que sejam dadas laranjas aos populares pelos festeiros para relembrar tempos anteriores.

Na Aldeia do Bispo, os participantes neste passeio encontraram os Madeiros ainda no ponto de concentração, após a recolha, tendo sido bem-recebidos e participaram no convívio. Os tratores são carregados ao longo do dia 7 de dezembro, juntando-se toda a aldeia para comer e beber e, acima de tudo, conviver, aquecidos por uma fogueira.

Na madrugada de  dia 8, esses mesmos “jovens do ano” vão “roubar” laranjas para, após a missa da manhã, os tratores arrancarem em direção à Igreja, levando no primeiro trator os jovens desse ano. Já perto da Igreja, os jovens oferecem laranjas e rebuçados às pessoas e um ramo ao Sr. Padre, em troca do pequeno-almoço.

Na Aldeia de João Pires, o Madeiro é cortado no dia 7 de dezembro, sendo transportado para o Largo da Igreja no dia 8 pelas 12:00h, onde se dão as vivas como agradecimento a quem oferece os Madeiros. À população são oferecidos borrachões e jeropiga. A tradição implicava um baile durante a noite, sendo substituído este ano por música que acompanha os convivas durante a refeição.

Em Medelim os participantes no passeio dirigiram-se ao local de recolha do Madeiro, onde estava o Madeiro tombado após ter sido escavado pelos festeiros na noite anterior e onde ainda se encontrava a corda usada para puxar e tombar o mesmo. Tiveram ainda o privilégio de ver a Árvore de Natal e o Presépio feitos em croché pela população que se juntou para realizar este belo trabalho. Naquele local tirou-se uma fotografia de grupo.

A Zebreira tem uma tradição diferente. Solteiros e casados juntam-se na noite de 7 para 8 de dezembro e arrancam o Madeiro. É carregado em dois tratores diferentes, um simbolizando os casados e o outro, com o maior Madeiro, simbolizando os solteiros. O Madeiro é descarregado à mão. A estes dois tratores juntam-se, posteriormente, dois outros tratores para venda de madeira em leilão.

O resultado financeiro do leilão é usado para custear as despesas do Madeiro.

Após esta viagem cultural e etnográfica, os participantes tiveram a oportunidade de usufruir de uma bela refeição no restaurante “O Tachinho”, no Ladoeiro.

 

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