A Câmara Municipal de São João da Madeira apresentou hoje propostas de delimitação para três novas Áreas de Reabilitação Urbana que visam a “fixação de residentes” nestes territórios “desestruturados” que, no seu conjunto, reúnem cerca de 140 edifícios devolutos.
“Queremos incentivar os proprietários a reabilitar os edifícios nestes territórios desestruturados”, afirmou hoje Daniel Miranda, coordenador do projeto de delimitação das novas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) de São João da Madeira, no distrito de Aveiro.
Na sessão, promovida pela autarquia, Daniel Miranda apresentou as propostas de delimitação que incidem sob as novas três ARU da cidade: a encosta dos Ribeiros-Espadanal, a Quintã-Devesa Velha e as Travessas.
As propostas, que segundo o coordenador do projeto, a Câmara de São João da Madeira espera, em 15 dias, poder discutir em executivo e ver aprovadas ainda este ano, visam “a regeneração urbana” destas áreas do concelho, bem como a “fixação de residentes”.
Relativamente à encosta dos Ribeiros-Espadanal, Daniel Miranda afirmou tratar-se de uma “área heterogénea marcada pela desorganização do tecido urbano”, onde subsistem “arruamentos de caráter primitivo e muitas insuficiências ao nível da manutenção de vias”.
Nesta zona da cidade, que reúne 13% da população, na sua maioria, mais envelhecida do que a média do concelho, existem aproximadamente 760 edifícios.
“Esta área tem um parque muito envelhecido”, afirmou o coordenador do projeto, salientando que dois terços dos edifícios desta ARU têm mais de 50 anos e perto de 250 necessitam de reabilitação, ao encontrarem-se em “mau e péssimo estado”.
Deste parque habitacional, 66 edifícios estão devolutos e um quarto dos alojamentos não é de habitação permanente.
Já quanto à ARU da Quintã/Devesa Velha, que configura uma área de 80 hectares, Daniel Miranda disse também tratar-se de uma área “muito heterogénea de matriz essencialmente habitacional”, onde o espaço público se encontra qualificado, “embora nem sempre em bom estado de conservação”.
Com cerca de 3.000 residentes, esta área reúne perto de 600 edifícios, sendo que o seu parque habitacional é “envelhecido”, ainda que num estado de conservação “razoável ou bom”.
Segundo Daniel Miranda, nesta área, a maioria dos edifícios encontram-se ocupados, embora 74 sejam devolutos e se encontrem um estado de conservação “mau ou péssimo”.
Por sua vez, na área das Travessas, o diagnostico levado a cabo mostra que esta é uma zona “marcada pela dispersão do tecido edificado, com muitos edifícios degradados e devolutos e com diversos vazios urbanos e terrenos expectantes”.
Nesta zona, marcada também pela presença do Pavilhão Municipal das Travessas, que, segundo o diagnóstico “apresenta necessidades de reparação evidentes”, existem maioritariamente moradias e apenas dois edifícios de habitação coletiva.
“O tecido edificado tem notórias necessidades de reabilitação”, afirmou Daniel Miranda.
Com estas novas três ARU a Câmara de São João da Madeira pretende “a mobilização de recursos, predominantemente privados, apoiados no regime de incentivos fiscais que estará subjacente a estas novas delimitações”.
Atualmente, o concelho dispõe apenas de uma ARU, que vai do centro da cidade até à zona da Oliva.
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