O vice-presidente do CDS-PP Álvaro Castello-Branco afirmou hoje que o Governo da Aliança Democrática (AD) terá sempre um lugar à mesa das negociações em torno do Orçamento do Estado do próximo ano para quem quiser dialogar “com seriedade”.
“Estamos aqui para trabalhar como gente séria que somos. Garantimos que neste Orçamento do Estado há sempre lugar à mesa para quem se quiser sentar com seriedade”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional no encerramento da Escola de Quadros do CDS-PP, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.
O dirigente centrista disse que este “é o verdadeiro exercício do pluralismo democrático”.
“Em sede de Orçamento do Estado temos procurado fazer este diálogo construtivo, acomodando posições que possam ser comuns e procurando continuar a construir este projeto de país a que nos propusemos”, indicou, mas deixou um aviso.
“Só falamos com quem quer ser sério na conversa”, indicou, salientou que o Governo e o CDS-PP recusam “ser uma peça de um qualquer número político”.
“A nossa maioria exige não só diálogo, como o mandato que recebemos dos portugueses também o exige, mas tem como pressuposto que não abdiquemos da matriz do nosso programa eleitoral”, afirmou.
Perante uma plateia cheia de jovens da Juventude Popular, o secretário de Estado contrariou as críticas à proposta do IRS jovem e defendeu que “esta medida não representa despesa, mas um investimento, e não promove desigualdade, mas devolve alguma justiça aos jovens que sucessivamente foram esquecidos”.
Também o presidente da Juventude Popular (JP) se referiu ao Orçamento do Estado no encerramento da 10.ª edição da Escola de Quadros para dizer que está “bastante convencido” de que será aprovado, porque “é isso que os portugueses esperam”, e pediu responsabilidade à oposição.
“É evidente que há a possibilidade de não termos Orçamento, mas não é o que o país quer nem o que o país precisa. Se Portugal tiver de governar em duodécimos, essa responsabilidade recai sobre o PS e Pedro Nuno Santos”, atirou.
Francisco Camacho deixou também o caderno de encargos da JP, começando por um “IMI mais amigos das famílias jovens”.
“Temos de dar um sinal de que o IMI tem de estar ajustado ao agregado familiar e que os municípios não devem ser prejudicados por contribuírem com políticas para a família. O Estado deve incentivar os municípios a fazerem este esforço”, defendeu.
No que toca ao desporto, o dirigente democrata-cristão considerou que é “tempo de o país ter uma política de direita para o porto” e “investir no desporto nacional”, o que na sua opinião passa por “Acabar com o monopólio da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa” e “dotar o Estado de uma verba própria que permita um financiamento sério para o desporto”.
Camacho falou também das eleições presidenciais de 2026, considerando que a JP e o CDS não fazem “fretes a ninguém” nesta matéria.
“O país precisa de um Presidente da República que não faça do Palácio de Belém um estúdio para um ‘reality show’ e comentário político, Portugal precisa de um estadista que conheça o país e o mundo, que abra a porta à participação das novas gerações, que queira saber o que pensamos”, salientou.
O presidente da JP comentou também a ideia lançada pela Juventude Socialista de alargar o prazo para a interrupção voluntária da gravidez, argumentando que as novas gerações querem ver discutidas “políticas públicas para ao seu futuro” e não uma “política polarizada em meros ‘soundbites’”.
No encerramento da Escola de Quadros foi transmitido também um curto vídeo do presidente do CDS-PP e ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, que não pôde estar presente devido a um conflito de agenda.
O líder centrista salientou que a JP e o CDS-PP estarão “juntos nos combates que têm pela frente”, a começar pelas eleições autárquicas do próximo ano.
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