A região de Leiria apresentou duas manifestações de interesse para desenvolvimento de projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num investimento que ultrapassa os 150 milhões de euros.
Numa nota de imprensa do Gabinete Económico e Social da Região de Leiria lê-se que este é o “resultado do trabalho desenvolvido nos últimos 18 meses” por esta entidade e que os projetos envolvem “mais de oito dezenas de entidades”, entre empresas, sistema científico e tecnológico, instituições de ensino, centros de interface tecnológica, associações empresariais e comunidades intermunicipais.
O Gabinete Económico e Social da Região de Leiria é uma estrutura informal criada em 13 de abril de 2020, através de um memorando de entendimento entre a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, o Politécnico de Leiria e a Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei).
Este Gabinete foi criado com o objetivo de elaborar um “Plano de Medidas para o Novo Lançamento Económico e Social da Região de Leiria”, apoiado em 10 grupos de trabalho temáticos e com o envolvimento de personalidades e entidades, públicas e privadas, no processo de discussão, definição, planeamento e execução das medidas.
De acordo com a mesma nota, o projeto designado “VALET – Valorização e Tratamento Bio-circular de Resíduos”, no domínio das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial do PRR, contempla um investimento de 43,6 milhões de euros, para um horizonte temporal de 36 meses.
É liderado pela empresa Ovolíder – Ovos do Centro, Lda., com a coordenação técnica da Nerlei, e apresenta-se a concurso com um consórcio de 21 entidades.
“Através do tratamento e valorização de resíduos de efluentes de suinicultura, avicultura, matadouros, águas ruças de lagares e/ou outras agroindústrias que, neste momento, estão na origem de problemas ambientais, a implementação do projeto VALET irá possibilitar o desenvolvimento de novos produtos, como biofertilizantes sólidos e líquidos, rações para animais, energia e eco-materiais (argamassas, betões, materiais de enchimento e placas de isolamento), que revelam um elevado potencial de valorização no mercado”, adianta a nota de imprensa.
Já o projeto “Embalagens do Futuro”, candidato no domínio dos Pactos de Inovação, é de um consórcio de 78 entidades nacionais que “irão cooperar na execução de um plano de atividades com duração prevista de 48 meses e um investimento total de 112 milhões de euros”.
“Liderado pela empresa Vangest – Engenharia Financeira e Gestão, SA, tem a coordenação técnica do Politécnico de Leiria e inclui iniciativas inovadoras para a conceção e produção de novos produtos, processos e serviços capazes de transformar, de forma estrutural e concertada, o futuro da fileira de produção, comercialização e exportação de embalagens ‘Made in Portugal’ para o mercado global”, esclarece.
A apresentação das manifestações de interesse para estes dois projetos e o “envolvimento de um tão grande número de entidades nos dois consórcios só foi possível devido ao trabalho que, no último ano e meio, tem sido feito pela região de Leiria” no âmbito do Gabinete Económico e Social da Região de Leiria.
O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, a designada “bazuca”, tem o valor de 16,6 mil milhões de euros – 13,9 mil milhões de euros em subvenções e 2,7 mil milhões de euros em empréstimos.
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