O projeto “Música do mundo – A voz das minorias” vai promover a inclusão e integração de crianças e adultos imigrantes na comunidade do concelho da Batalha, no distrito de Leiria, cuja candidatura foi aprovada.
Recolha, edição e divulgação do repertório musical tradicional, de música portuguesa e dos países de origem de diferentes imigrantes, são o ponto de partida “para um trabalho que visa fortalecer laços culturais, estimular a participação ativa na comunidade escolar e valorizar a diversidade cultural”, refere a memória descritiva do projeto.
Na última reunião do executivo liderado por Raul Castro (movimento independente ‘Batalha é de Todos’), o vice-presidente Carlos Monteiro revelou que a candidatura no valor de 49.014 euros foi aprovada com um apoio de 16 mil euros.
“Retiraram-nos o apoio aos maestros e à orquestração”, explicou.
Segundo o autarca, o projeto terá a coordenação do Agrupamento de Escolas da Batalha e será desenvolvido através do programa ‘Orquestrar’ e com associações locais.
O objetivo é o de “fazer uma coleta de músicas do mundo e integrar tudo num projeto conjunto”, de forma a “permitir a integração na comunidade, principalmente das crianças e dos pais que estão na escola”.
A coleta de músicas representará a música portuguesa e das comunidades imigrantes em Portugal. Serão criados “grupos corais e instrumentais que integrem crianças dos 1.º ciclos de ensino” e “74 adultos que frequentam as três turmas do projeto Português Língua de Acolhimento”, fomentando o “convívio e a aprendizagem intercultural”, adiantou Carlos Monteiro.
O documento revela que dos 74 adultos imigrantes, 23 são provenientes da Índia, 14 da Ucrânia, nove do Nepal e os restantes de outras origens.
No Agrupamento de Escolas da Batalha frequentam o ensino básico e secundário 290 alunos de 20 nacionalidades.
“Este projeto incrementará os resultados históricos de integração da comunidade imigrante no concelho que, a par de um processo de aprendizagem, terão acesso a uma nova iniciativa de envolvimento direto em experiências artísticas e culturais, emergidos na comunidade e numa interação com outras associações recreativas e sociais do concelho”, lê-se ainda na memória descritiva a que a agência Lusa teve acesso.
Esta recolha de músicas permitirá publicar um cancioneiro, “garantindo a sua preservação e divulgação”, “valorizar o património musical e cultural, estimulando o respeito pela diversidade”, assim como “integrar práticas sustentáveis na implementação do projeto, reduzindo o impacto ambiental das atividades desenvolvidas, priorizando a utilização de ‘tablets’ para visualização das partituras”.
A participação no projeto será totalmente gratuita para todas as crianças e adultos envolvidos, assim como os instrumentos disponibilizados, assegurando a “igualdade de acesso e a inclusão de todos os alunos, independentemente da sua condição socioeconómica”.
Este acervo musical resultará em duas apresentações públicas e numa edição final do cancioneiro em junho de 2026.
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