A Sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro esclareceu hoje que o depósito de dragados na Ilha do Monte Farinha foi autorizado, quer pela Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental, quer pela administração portuária.
Numa nota enviada à Lusa, a Polis Litoral Ria de Aveiro confirma que “os dragados provenientes do canal da Murtosa estão a ser depositados na área portuária, designadamente no extremo sul da Ilha do Monte Farinha”.
Segundo aquela entidade, o depósito “foi autorizado pela Administração do Porto de Aveiro, que tem jurisdição sobre a área, e pela Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (Agência Portuguesa do Ambiente), que consultou as diversas entidades com tutela na Ria de Aveiro”.
“As questões ambientais foram devidamente estudadas, tendo presente que os dragados estão a ser repulsados para a ilha, que apresenta uma contenção artificializada, contribuindo para o aumento da plataforma arenosa existente e até para estabilizar a infraestrutura em pedra envolvente à ilha”, salienta.
A Polis Litoral Ria de Aveiro considera também “estarem salvaguardadas as questões da navegabilidade e do retorno dos sedimentos para o canal principal”, o que justifica com a profundidade do local de deposição, entre -4,00 e -10,00 metros do zero hidrográfico.
O Movimento dos Amigos da Ria de Aveiro (MARIA) criticou segunda-feira a deposição de sedimentos na Ilha do Monte Farinha, no âmbito da “Empreitada de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro”.
Em comunicado, o MARIA refere que “a comunidade piscatória, a que se juntam os navegadores de recreio que procuram a baía da Ilha do Monte Farinha como local de fundeio, têm manifestado o seu desagrado pela situação nas redes sociais e o MARIA tem recebido dezenas e dezenas de contactos de pessoas indignadas com as descargas”.
“Os dragados recolhidos na zona da Torreira, no âmbito da empreitada de desassoreamento em curso na Ria de Aveiro, estão a ser inexplicavelmente despejados a cerca de quatro milhas do local, na baía Norte da Ilha do Monte Farinha, numa ação que torna incompreensível esta obra de 21,6 milhões de euros” critica aquele movimento.
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