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Plataforma Nacional de Turismo quer contribuir para a discussão de um setor que “vale muito neste país”

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A Universidade de Aveiro recebeu hoje o 1.º Fórum da Plataforma Nacional de Turismo (PNT), uma associação recentemente criada e que junta as principais organizações, empresas, instituições do ensino superior e centros de investigação que operam na área do turismo, com o propósito de contribuir para a inovação e o desenvolvimento económico e social do país.

Este objetivo ficou claro na sessão de abertura do Fórum, que contou com intervenções de Carlos Costa, professor da Universidade de Aveiro, João Albino Silva, professor da Universidade do Algarve – respetivamente presidente da direção e presidente da assembleia geral da PNT – e Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, entidade associada da PNT.

Carlos Costa começou por explicar a razão de ser desta associação. “A PNT nasceu com um conjunto de pessoas que considerou fundamental o setor do Turismo ser acompanhado de forma mais próxima pelas estruturas que geram conhecimento. Nas Universidades, começámos a desenvolver esta ideia”, adiantou.

“A PNT é uma plataforma aberta, que começou com 125 associados entusiasmados com o projeto. Entre os associados, há os institucionais, entre os quais quase todas as universidades, politécnicos, professores e investigadores na área de turismo, o que demonstra que o pensamento e a massa crítica do turismo estão presentes na plataforma. Da área das instituições, integram a PNT as principais organizações nacionais e associações regionais do setor”, continuou Carlos Costa.

A PNT está nesta altura a avançar em duas frentes. A primeira é a criação de think tanks temáticos de discussão, que juntam investigadores com representantes da área do turismo. Outra frente é criar notoriedade para o setor. “O Turismo vale muito neste país, cerca de 25 mil milhões de euros por ano, mas parece que os políticos têm medo do turismo. Na última campanha eleitoral, não se falou de turismo. A plataforma vai tentar encontrar alguns caminhos para que o turismo tenha mais visibilidade e mais discussão”, assegurou Carlos Costa.

João Albino Silva destacou, numa mensagem vídeo, a importância deste momento. “Com a realização do primeiro fórum, a Plataforma Nacional de Turismo cumpre o seu dever de promover um debate nacional entre todos os ‘stakeholders’ do Turismo e contribuir para responder à pergunta: ‘Que futuro para o turismo português?’”, sublinhou.

Na sua intervenção, Raul Almeida deixou algumas notas para discussão no Fórum. “Falou-se aqui que o turismo gera 25 mil milhões de euros por ano. Costumo dizer que representa mais do que um PRR por ano, uma vez que o PRR somou cerca de 20 mil milhões. É uma atividade com um peso cada vez maior no PIB nacional e nas exportações. Até onde pode ir este crescimento? Qual é a nossa capacidade de resposta a esse crescimento? A Plataforma Nacional de Turismo pode dar um grande contributo para que nós, decisores públicos e políticos, mas também os privados, tenham ferramentas importantes que ajudem à reflexão e à tomada de decisões”, destacou.

Outra nota deixada por Raul Almeida foram os desafios específicos da atividade turística na região Centro de Portugal. “Nesta região, enfrentamos os desafios globais comuns a todos, como as guerras ou a inflação, mas também desafios específicos, como são a sazonalidade, a coesão territorial ou a excessiva litoralização da atividade turística. Temos 100 municípios no Centro de Portugal e a maior parte deles são de interior. No Turismo, podemos e devemos dar um grande contributo para aumentar a coesão territorial e a coesão social, contribuindo para que os territórios de baixa densidade recebam mais turistas e tenham outra perspetiva de crescimento”, concluiu Raul Almeida.

Ao longo do dia, decorreram vários painéis e apresentações no Fórum. Um dos painéis, com o tema “Que agenda para o futuro do turismo em Portugal?”, foi moderado por Carlos Costa e teve como protagonistas Bernardo Trindade, presidente da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e Jorge Sampaio, da comissão executiva da Turismo Centro de Portugal.

Na ocasião, Jorge Sampaio salientou a urgência de se pensar o Turismo a longo prazo: “Falta uma estratégia global para o turismo para o nosso país. Acho incrível que, para um setor que vale quase 20% do PIB, Portugal não consiga ter uma estratégia que dure 15 ou 20 anos. A estratégia não pode mudar ao sabor dos ciclos políticos, tem de ser pensada a longo prazo. Em áreas estratégicas para o país, como esta, deveriam ser feitos pactos de regime”.

“A estratégia global para o país tem de assentar num destino global. Todo o país tem de ser um destino turístico, porque só assim conseguimos gerar e distribuir riqueza em todo o país. Os nossos grandes trunfos residem na diversidade e na autenticidade turística que temos, mas precisamos de nos organizar, para distribuir esta riqueza. Cada vez mais, o Turismo deve fazer as pazes com os cidadãos”, disse ainda Jorge Sampaio.

Mais informações sobre a PNT aqui

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