Castelo Branco

Plataforma cívica entrega manifesto em Idanha-a-Nova contra projetos solares

0

A Plataforma de Defesa do Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) entregou ao novo executivo de Idanha-a-Nova um manifesto contra a instalação de dois projetos solares que ameaçam área classificada e a biodiversidade.

“Estes projetos [central fotovoltaica da Beira e Sophia] são a maior ameaça ao Parque Natural do Tejo Internacional, à zona de proteção especial para as aves e ao Geoparque Naturtejo, assim como às espécies ameaçadas que justificaram a criação deste parque, pelo que apelamos ao chumbo destes projetos em consulta pública pela autarquia de Idanha-a-Nova”, referiu esta plataforma cívica de defesa do PNTI constituída por cidadãos, entidades e associações nacionais e estrangeiras.

O documento a que a agência Lusa teve hoje acesso foi entregue pelo movimento na sequência de uma manifestação realizada durante a tomada de posse do novo executivo do município de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.

O projeto da central fotovoltaica da Beira contempla a instalação de 425.600 módulos fotovoltaicos, com uma potência total de 266 Megawatt (MW), numa área de 524,4 hectares dos concelhos de Castelo Branco (Monforte da Beira, Malpica do Tejo, Benquerenças, União das Freguesias de Escalos de Baixo e Mata e Castelo Branco) e em Idanha-a-Nova (Ladoeiro e União das Freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes).

Segundo a Plataforma de Defesa do PNTI, todo o projeto da central fotovoltaica está dentro da área proposta de alteração dos limites da zona de proteção especial do Tejo Internacional, Erges e Pônsul.

Este projeto esteve em consulta pública e atualmente encontra-se em análise.

Sobre o segundo projeto, a central solar fotovoltaica Sophia, que abrange os municípios do Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor, no distrito de Castelo Branco, a plataforma argumentou que esta, nomeadamente os setores mais a sul, coincidentes com os concelhos de Idanha-a-Nova e de Penamacor, “sobrepõem-se ao Geopark Naturtejo Mundial da UNESCO e violam o Plano Diretor Municipal (PDM) de Idanha-a-Nova e a Paisagem Protegida Regional da Serra da Gardunha”.

Segundo dados disponibilizados pela empresa responsável pela central fotovoltaica, o investimento ronda os 590 milhões de euros e a capacidade instalada na central fotovoltaica será de 867 MWp (Megawatt pico).

Informa ainda que a central tem uma produção anual prevista de 1.271 Gwh (gigawhatt-hora), o que lhe permitirá gerar “energia equivalente ao abastecimento de mais de 370 mil habitações”.

Além da plataforma, a associação ambientalista Quercus já manifestou profunda preocupação com a localização da central fotovoltaica da Beira, que pode “provocar perdas irreversíveis para espécies ameaçadas e para habitats, como a águia imperial ibérica”.

Também a associação ambientalista Zero recomendou o chumbo da Central Fotovoltaica da Beira, porque considerou que o “megaprojeto solar”, que ocupa 525 hectares, ameaça a biodiversidade em área classificada e viola o princípio da precaução.

Notícias do Centro | Lusa

Explosão numa habitação provoca um ferido grave no Fundão

Notícia anterior

Penamacor: Investigadores alertam para rápida expansão da perca-europeia na bacia do Tejo

Próxima notícia

Também pode gostar

Comentários

Comentários estão fechados