Parte da atividade cirúrgica do Hospital de Santo André, em Leiria, vai ser feita transitoriamente em instalações da Misericórdia de Leiria e da Clinigrande, na Marinha Grande, devido às obras no bloco operatório central daquela unidade de saúde, foi hoje anunciado.
Numa nota de imprensa, o Centro Hospitalar de Leiria (CHL) refere ter celebrado protocolos de colaboração com a Santa Casa da Misericórdia de Leiria – Hospital Dom Manuel de Aguiar e com a Clinigrande – Clínica da Marinha Grande, Lda., “para a realização de atividade cirúrgica do CHL nas instalações das duas entidades”.
“Esta parceria resulta da adjudicação da empreitada de remodelação e expansão do recobro do bloco operatório central do Hospital de Santo André, que terá a duração de vários meses e que condicionará grande parte da sua atividade cirúrgica”, afirma o CHL.
Segundo o CHL, “a subcontratação da atividade cirúrgica em regime de locação de instalações terá um caráter excecional, que entra em vigor no próximo dia 01 de novembro e termina no final de maio de 2022”.
“Os doentes do CHL elegíveis para a realização cirúrgica programada” com a Misericórdia de Leiria e a Clinigrande “devem estar em lista de espera cirúrgica há mais de um ano, ou incluídos em episódios que ultrapassam” os tempos máximos de resposta garantidos, esclarece.
O CHL explica que devido à pandemia de covid-19 foi elaborado “um circuito do doente cirúrgico suspeito ou confirmado covid-19 no bloco operatório central” do hospital de Leiria “com a afetação de salas exclusivamente” para esta situação, “o que reduziu o espaço disponível para a atividade cirúrgica, conduziu a um elevado número de cancelamentos cirúrgicos, um consequente aumento da lista de espera cirúrgica e dificuldades em cumprir os tempos máximos de resposta garantidos”.
“Para aumentar a capacidade operatória, de forma a garantir o tratamento cirúrgico atempado dos doentes, o Conselho de Administração do CHL deliberou em 14 de julho a obra de remodelação e expansão do recobro” do bloco operatório central, que “prevê a dotação de um recobro único, em vez de dois, e o aumento da capacidade de camas, passando de 10 para 15 camas, melhorando também as condições gerais do espaço que será intervencionado”, destaca a nota.
Esta empreitada, com um custo base previsto de 320 mil euros, “permitirá adaptar o bloco central para atividade em ambulatório e libertará o bloco de ambulatório para o serviço de Oftalmologia pelas especificidades inerentes”, adianta.
Por outro lado, a intervenção no bloco operatório central “possibilitará o aumento da capacidade instalada, com consequente aumento da atividade realizada em regime convencional e em ambulatório, a redução dos tempos de espera para cirurgia e a diminuição do número de doentes transferidos para outros hospitais, no âmbito do SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia]”.
O CHL adianta que o protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Leiria prevê “a utilização parcial do bloco operatório e recobro do Hospital Dom Manuel de Aguiar, para atividade cirúrgica programada, preferencialmente em regime de ambulatório, ou em regime convencional, sendo as especialidades cirúrgicas elegíveis a Cirurgia Geral, a Ortopedia e a Urologia”.
Já o protocolo com a Clinigrande também estabelece a realização de atividade cirúrgica programada, em regime de ambulatório (preferencialmente), ou em regime convencional.
As duas entidades cedem ainda ao CHL o direito de utilização de até 12 camas para recobro/internamento dos doentes intervencionados.
“O plano de utilização das salas operatórias é definido e comunicado semanalmente pelo CHL” àquelas entidades que “deverão assegurar às equipas de cirurgiões e anestesistas do CHL todas as condições físicas e materiais necessários à adequada realização da atividade cirúrgica”, bem como todos os “cuidados necessários de enfermagem e apoio dado por assistentes operacionais aos doentes”.
O CHL seleciona e agenda os doentes que serão intervencionados, e obtém o devido consentimento para que a intervenção decorra fora do hospital de Leiria.
Será ainda a equipa cirúrgica do CHL a assegurar o pré e pós-operatório dos doentes, assim como a alta “e, em caso de internamento, a visita diária e seguimento médico do utente intervencionado, tal como presta toda a informação clínica aos doentes e familiares”.
“Por fim, o CHL é responsável pela codificação dos episódios cirúrgicos realizados ao abrigo deste protocolo e respetivo pagamento, após validação das faturas”, acrescenta a nota de imprensa.
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