A vereadora do Sempre – Movimento Independente Ana Teresa Ferreira, questionou hoje o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, sobre o futuro da antiga colónia férias de média altitude na Serra da Gardunha.
“A colónia de média altitude na Serra da Gardunha já foi vendida pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Beira Baixa)? A Câmara Municipal não quer repensar a sua posição sobre um equipamento que faz parte da memória de muitos albicastrenses”, questionou Ana Teresa Ferreira, durante a sessão pública de hoje da Câmara de Castelo Branco.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues (PS), explicou à vereadora da oposição que após ter sido feita uma avaliação do imóvel e de ter informado o executivo, face aos valores da avaliação, a autarquia “não mostrou interesse no imóvel [aquisição]” deixando para a iniciativa privada qualquer investimento.
Segundo o autarca, o assunto foi presente a discussão no Conselho Intermunicipal da CIM da Beira Baixa (entidade proprietária do imóvel) para levar a colónia de férias de média altitude, situada na freguesia de Louriçal do Campo, na serra da Gardunha, a hasta pública.
“Entretanto, os serviços identificaram um protocolo de cedência do imóvel à Câmara de Castelo Branco por 50 anos”, sendo que a autarquia tem responsabilidades na manutenção do edifício.
“Durante todo este tempo do protocolo, a Câmara não teve qualquer intervenção naquele espaço”, frisou Leopoldo Rodrigues.
O autarca salientou ainda que “houve oportunidade de a câmara fazer um projeto e implementá-lo. Há um projeto feito, mas não se lhe deu sequência”, sublinhou.
Segundo o autarca socialista, caso haja promotores privados interessados no imóvel, “daremos essa oportunidade [aos privados]. Se não houver, a Câmara Municipal avaliará do interesse ou não” na colónia de média altitude que se encontra em “muito mau estado de conservação”.
O vereador do Sempre Luís Correia reagiu e disse ao presidente da autarquia que não se trata de um protocolo, mas sim de “um contrato de arrendamento por 30 anos”, que foi tratado durante os mandatos de Joaquim Morão e depois assinado em 2013, no seu primeiro mandato como presidente do município de Castelo Branco.
Aliás, chegou a estar prevista a instalação de um hostel no edifício, projeto que foi reavaliado em 2019.
“Um ano depois do início deste mandato já houve tempo mais do que suficiente para lançar um concurso. Lamentavelmente não foi lançado. Se vamos deixar de defender os interesses da Câmara Municipal e oferecer essa posição contratual vantajosa para a Câmara e que volte para a CIM, não estamos a defender os interesses de Castelo Branco”, afirmou o vereador do Sempre.
Luís Correia salientou que o contrato é “vantajoso para a Câmara Municipal”.
“É barato porque o pagamento é zero. O senhor [presidente] foi o primeiro a dizer que vale 300 mil euros. Fica barato porque é a diferença entre zero e 300 mil euros. A Câmara até tem condições para renegociar de 30 para 50 anos o contrato, como já foi feito”, frisou.
As considerações do vereador mereceram uma interpelação por parte do vice-presidente do município de Castelo Branco, Hélder Henriques.
“Estamos a falar de um projeto de que ano? Final de 2016/2017? Porque é que não foi feito [executado]?”, questionou.
O assunto provocou uma troca de acusações entre Luís Correia e Hélder Henriques que extravasou mesmo o cerne do assunto.
Aliás, a questão mereceu, posteriormente, uma intervenção de Leopoldo Rodrigues.
O presidente da autarquia mostrou-se surpreendido com a atitude de Luís Correia, “que tanto defende os privados e está contra os privados desenvolverem um projeto” na colónia de média altitude.
O autarca realçou que a política não sai valorizada quando se entra numa discussão “de quem é que teve uma ideia”.
“Estamos a trabalhar para o desenvolvimento dos albicastrenses”, concluiu.
                                                        
    					












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