Aveiro

Novo presidente Jorge Ratola promete repor eficiência da Câmara de Espinho

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O social-democrata Jorge Ratola tomou hoje posse como presidente da Câmara Municipal de Espinho, prometendo dar prioridade à análise da estrutura funcional da autarquia e repor a eficiência dos seus serviços.

A cerimónia contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, numa sessão que muitos criticaram por decorrer num espaço sem capacidade para acolher o público convidado, já que o salão nobre da Câmara dispunha de apenas 59 lugares sentados e só os eleitos para tomar posse eram 33, o que deixou mais de 120 pessoas de pé nas escadarias e ‘foyer’ do edifício.

“A Câmara tem que voltar rapidamente a funcionar com velocidade e eficiência, para voltar a ganhar a confiança dos cidadãos, dos investidores e de todas as entidades que com ela se relacionam”, anunciou o novo autarca de Espinho, no distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto.

Jorge Ratola já tinha agradecido “a elevação” que os munícipes demonstraram na campanha eleitoral, “apesar de alguns episódios protagonizados por muito poucos”, mas realçou que, na missão de “desenvolver todo o trabalho de excelência que Espinho merece e de que precisa”, espera contar também com o contributo dos restantes eleitos do executivo e ainda com a mobilização dos funcionários da autarquia – que considera decisivos para se “fazer muito mais por esta terra”.

Além da eficiência da gestão municipal, indicou depois outras “áreas prioritárias” a exigir intervenção “com urgência”: a simplificação de processos e reestruturação de serviços, a qualificação do espaço público, a recuperação de edifícios municipais e o investimento e desenvolvimento económico, com o que se propôs atrair para o concelho “novas empresas, em especial do turismo, do comércio, da restauração e dos serviços”.

Exemplos concretos de ações a tomar nesse âmbito são “concluir o estádio municipal, potenciar a economia azul e valorizar toda a frente de mar” do concelho.

Do programa que descreve como “ambicioso”, Jorge Ratola salientou ainda dois outros compromissos: um para com os seniores, aos quais promete atenção às suas expectativas e maior qualidade de vida, e outro para com os jovens, a quem garante “oportunidades para que cresçam e vivam em Espinho”.

A partir de uma reflexão pessoal sobre a evolução da sociedade desde a sua juventude – “nesse tempo tínhamos pouco ou quase nada e parece que nada nos faltava; hoje temos tanto e parece que nos falta quase tudo” –, o autarca terminou a sua primeira intervenção oficial com uma promessa que, transversal a eleitos e eleitores, constitui também um apelo: “Seremos exigentes connosco e com todos. Cada um terá que fazer a sua parte”.

A tomada de posse de Jorge Ratola foi o culminar de um processo eleitoral particularmente disputado em Espinho, onde na corrida às urnas os seus principais adversários foram Maria Manuel Cruz, que concorreu como independente depois de ser preterida pelo PS em favor de Luís Canelas, antes seu vice-presidente e entretanto cabeça de lista dos socialistas.

Para o próprio PSD, o percurso também foi irregular, considerando que a concelhia começou por indicar Ricardo Sousa como candidato, mas a direção nacional do partido avocou o processo e impôs Jorge Ratola, que era então adjunto do primeiro-ministro, depois de ter sido vice-presidente da Câmara de Aveiro e chefe dos gabinetes da presidência de Joaquim Pinto Moreira, na Câmara de Espinho, e de Emídio Sousa, na de Santa Maria da Feira.

A 12 de outubro, Ratola ganhou as eleições com uma maioria nesse concelho com 21,4 quilómetros quadrados e cerca de 33.000 habitantes: obteve 35,46% dos votos, num total de 6.532 boletins, e elegeu quatro elementos para o executivo, enquanto o PS obteve 24,39% e 4.493 votos, elegendo Luís Canelas e Nuno Almeida, e a independente Maria Manuel Cruz, que teve 15,3% e 2.819 votos, que assim passou de presidente da Câmara a vereadora.

Natural de Aveiro e com 59 anos, Jorge Ratola tem o 12.º ano de escolaridade e, segundo a sua nota curricular, quase sempre exerceu funções em serviços públicos, iniciando a carreira como vice-presidente da Casa da Cultura da Juventude de Aveiro e adjunto do Instituto Português da Juventude, em ambos os casos aos 23 anos e pelo período de 1989 a 1997.

A partir de 2000 trabalhou dois anos como comercial da companhia de seguros Tranquilidade, após o que, de 2002 a 2005, foi chefe de gabinete do então Governo Civil de Aveiro e, nos quatro anos seguintes, adjunto da presidência na Câmara Municipal de Vale de Cambra. Daí passou para a autarquia de Espinho, onde de 2009 a 2013 assumiu a chefia do gabinete da presidência, e para a Câmara de Aveiro, onde foi vereador de 2013 a 2015 e vice-presidente de 2015 até 2021.

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