O novo presidente da Câmara de Aveiro, Luís Souto Miranda, disse hoje que a nova composição do executivo municipal, sem maioria, exige diálogo, mas avisou que a oposição terá de acatar a decisão popular numa atitude colaborativa.
“A vitória foi difícil mas foi nossa. E isso deve e tem que ser respeitado democraticamente. E exige da parte de quem não venceu também o acatamento da decisão popular e a responsabilidade numa atitude colaborativa para o bem de Aveiro”, disse Luís Souto, na cerimónia de instalação dos novos órgãos municipais de Aveiro para o mandato 2025/2029.
Luís Souto venceu as eleições autárquicas do dia 12 de outubro para a Câmara de Aveiro pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, mas sem maioria, obtendo 39,35% dos votos, assegurando quatro mandatos.
No seu discurso da tomada de posse, o novo presidente da Câmara disse que é preciso aceitar o novo cenário político, porque resultou dos mandatos democráticos, adiantando que esta nova conjuntura “exige uma atitude de diálogo com as forças da oposição e de abertura para soluções que, acima de tudo, resultem em benefícios para as populações”.
“Um dos lemas de campanha foi com as pessoas, por mais Aveiro. Fieis a esse compromisso e sem quaisquer preconceitos político-partidários, procuraremos encontrar os caminhos, consentâneos com esse desiderato”, afirmou.
Luís Souto, que sucede ao social-democrata Ribau Esteves que liderou o município durante 12 anos, disse ainda que é hora de apontar ao futuro, prometendo dar continuidade à dinâmica dos últimos anos.
“Não viemos para reverter ou destruir o que foi feito. Queremos Aveiro com o pé no acelerador e não no travão”, disse, comprometendo-se com uma nova agenda para os próximos anos, prometendo dar passos concretos numa política integrada de habitação e fazer uma avaliação da oferta de transportes públicos, entre outras medidas.
Deixou ainda uma palavra de reconhecimento e gratidão ao presidente cessante, afirmando que procurará estar à altura da boa herança que deixa, e não esqueceu o irmão, Alberto, que foi o principal adversário político nas eleições, observando que foi duro estar em lados opostos.
O executivo da coligação PSD/CDS-PP/PPM é ainda composto por Rui Santos, Ana Oliveira e Pedro Almeida.
O cabeça de lista do PS eleito nestas eleições, Alberto Souto Miranda, tomou posse como primeiro vereador da oposição, mas já anunciou que irá suspender o mandato, devido à condição familiar.
“A interpelação e confrontação permanente com o novo presidente inerentes ao cargo de vereador da oposição teria riscos para a salvaguarda daquela relação, que é mais importante preservar”, escreveu o socialista na sua página da rede social Facebook.
Alberto Souto lembrou que o novo presidente está em minoria, esperando que “mostre abertura para fazer entendimentos, sob pena de paralisar, ele próprio, o seu executivo”, e adiantou que o mandato que os aveirenses conferiram “exige consensos e não permite decisões unilaterais impositivas”.
Ainda no PS tomaram posse como vereadores a presidente da concelhia socialista, Paula Urbano, Rui Castilho Dias e Leonardo Costa, em substituição de Marta Ferreira Dias, que renunciou ao mandato.
O Chega, com 10,90% dos votos, vai entrar pela primeira vez para o executivo, com um eleito, nomeadamente Diogo Machado.
Na Assembleia Municipal, a coligação PSD/CDS-PP/PP consegue ter a maioria, pois aos 12 deputados eleitos somam-se os votos dos nove presidentes de junta que têm assento neste órgão por inerência.
O PS foi a segunda força política mais votada, tendo elegido nove deputados a que se junta um presidente de junta e o Chega passou de um para três deputados. A IL e o Livre entram pela primeira vez na Assembleia Municipal, com dois deputados e um deputado, respetivamente.
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