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Maçã de Alcobaça quer chegar a 100 ecopomares em 2026

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A Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA) quer assinalar os 25 anos de existência com a inscrição, até ao final deste ano, de 100 ecopomares na região do Oeste.

Implantar 100 ecopomares em cerca de dois mil hectares de terreno é o objetivo da APMA, “tendo em conta os bons exemplos e os protótipos que temos estado a desenhar e a trabalhar nos últimos cinco anos”, disse à agência Lusa o presidente de associação, Jorge Soares.

O objetivo pretende assinalar os 25 anos da associação, destacando os resultados da aposta que tem sido feita na produção de maçã IGP, ou seja, Indicação Geográfica Protegida, reconhecida pela União Europeia desde junho de 1996.

Com base no resultados de um projeto-piloto que levou à implementação de 20 ecopomares na área das 22 organizações de produtores que integram a associação, a APMA pretende “passar de uma fase de protótipo e de experimentação das metodologias da agroecologia e da agricultura regenerativa para 100 ecopomares”, disse Jorge Soares.

O responsável explicou que um ecopomar “é mais do que uma pequena parcela de pomar”, tendo que ter “uma área de envolventes e de zonas não produtivas, zonas não agronómicas que vão ter aproveitamento ecológico”.

Se conseguir cumprir o objetivo de alcançar 100 ecopomares em 2026, a associação atinge “80% da produção vinda destes santuários de biodiversidade funcional, um valor significativamente expressivo para termos oferta para o mercado” e garantir aos clientes que as maçãs que irão vender são de produção ecológica, afirmou.

De acordo com Jorge Soares, a APMA pretende ainda avançar com um projeto de identificação de “todas as infraestruturas e serviços ecológicos que há em cada pomar”, para quantificar “esses serviços do ecossistema e apurar a sua valorização”, ou seja, saber quanto vale em dinheiro a mais-valia ecológica dos pomares.

A maçã de Alcobaça “vale [atualmente] 60 a 70 milhões de euros por ano, mas temos muita curiosidade de, uma vez regulado internamente este conceito de ecopomares e esta rede de ecopomares, podermos começar a anunciar quanto é que geramos de serviços naturais a nós próprios e à comunidade que nos rodeia”, explicou o presidente da APMA.

Jorge Soares falava à Lusa em Óbidos, no distrito de Leiria, à margem da apresentação do projeto de promoção da Maçã de Alcobaça em mercados externos, que decorre até maio de 2027, em sete países.

O projeto, com o valor total de 763.429,41 euros, é cofinanciado em 80% (572.415 euros) pelo programa COMPETE, com o objetivo de contribuir para a valorização e diferenciação da maçã, através de ações promocionais com enfoque na sua origem, características, no conceito de produção sustentável e de práticas de agricultura regenerativa.

As ações promocionais, que ligam a maçã de Alcobaça à onda [da Nazaré], apostam “numa combinação muito especial entre solo, clima, forte incidência solar e maresia”, para evidenciar as características do fruto, quer nos mercados onde já é comercializada, quer em novos mercados.

Brasil e Espanha serão os primeiros países onde irão decorrer as ações de ‘marketing’ tradicional e digital, seguindo-se o México, Colômbia, Costa Rica, Equador e Panamá.

Além da promoção nestes países, o projeto passa por “missões inversas”, ou seja, convites aos órgãos de comunicação social, chefs e críticos gastronómicos dos mercados alvo para virem ao Oeste de Portugal conhecer a maçã e os ecopomares, integrados em eventos de turismo gastronómico.

Este é o segundo projeto promoção da maçã de Alcobaça em mercados externos que a APMA viu aprovado e apoiado pela União Europeia.

A associação admite, em 2027, candidatar-se a um terceiro projeto de promoção externa, incidindo então nos novos ecopomares.

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