O cabeça de lista do PSD/CDS-PP/PPM à Câmara de Aveiro, Luís Souto Miranda, anunciou hoje que, se for eleito, vai assumir o pelouro da Cultura e garantiu que não renunciará ao mandato se não obtiver a desejada maioria absoluta.
“Acho que, modéstia à parte, tenho provas dadas na área da Cultura. Foi sempre uma área que me interessou, e daí também a vontade em ficar [com o pelouro] e também valorizar a área da Cultura como área estratégica para o município de Aveiro”, afirmou Luís Souto, à margem de uma ação de campanha da coligação da Aliança com Aveiro (PSD/CDS-PP/PPM).
Como exemplo da sua relação de muitos anos com a Cultura, o candidato apontou a sua passagem pela direção da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) e a campanha que a associação fez para a recuperação das igrejas geminadas de Santo António e São Francisco, um monumento nacional que “estava entregue ao desleixo total”.
Disse ainda ter várias ideias para a Cultura, dando como exemplo o futuro Centro de Arte Contemporânea de Aveiro multipolar, que quer potenciar de forma a atrair o público que frequentemente visita a Fundação de Serralves no Porto.
Luís Souto falava à Lusa após uma visita ao mercado semanal de Cacia, onde andou com a restante comitiva a distribuir t-shirts, sacos, bonés e canetas da candidatura.
“Olha esta senhora não tem um saquinho. Não quer um saco? Olhe que isto é de qualidade. Não se esqueça de votar no dia 12”, disse Luís Souto, enquanto cumprimentava as pessoas que passavam e os vendedores, apelando ao voto na Aliança Com Aveiro.
O candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM mostrou-se satisfeito com a forma como está a decorrer a campanha, afirmando que tem sido recebido de uma forma encantadora, e disse que este contacto das feiras “é uma oportunidade de ouvir as pessoas, uma a uma”.
“Demora-nos algum tempo, porque não estamos aqui só para passar e andar. Estamos aqui mesmo para ouvir e também estamos disponíveis e abertos para receber uma ou outra reclamação de algo que ainda não conseguimos fazer neste mandato”, referiu.
“A gente nunca deve olhar só para o futuro. É olhar para trás, para as asneiras que os outros fizeram. O meu pai foi presidente da Junta antes do 25 de Abril. Foi para lá o meu o irmão do PS e deu cabo de tudo”, confidenciou um homem que abordou o candidato, provocando risadas entre a comitiva.
“Eu digo a mesma coisa, foi para lá o meu irmão e deu cabo de tudo. Olhe como eu o entendo”, respondeu Luís Souto, referindo-se ao facto de o irmão mais velho, Alberto Souto, estar novamente a concorrer à Câmara de Aveiro depois de ter cumprido dois mandatos.
Um pouco mais à frente, o candidato encontra o vereador Rui Carneiro eleito pelo PS e a quem o partido retirou a confiança política. “Eu sou como o povo. Não digo que não a brindes”, disse Rui Carneiro, que aceitou tirar uma fotografia no meio da comitiva da coligação PSD/CDS-PP/PPM.
Luís Souto nega que a fotografia seja uma provocação à candidatura do PS, adiantando que sente muita consideração pelo trabalho desenvolvido por Rui Carneiro, um vereador da oposição mas que “votou várias vezes com a maioria, porque teve um sentido de responsabilidade daquilo que ele achava que era o melhor para Aveiro”.
Questionado pela Lusa, o candidato não responde se irá manter-se no executivo se perder as eleições, mas garantiu que não irá sair se não obtiver a desejada maioria absoluta.
“Nunca iria renunciar, porque isso era uma traição à democracia e aos aveirenses. Seja no cenário que nós acreditamos, que é a maioria absoluta, seja numa situação diferente que nós não estamos a equacionar, iremos sempre defender os interesses da Aveiro. É isso que nos move”, afirmou.
Além de Luís Souto, pelo PSD/CDS-PP/PPM, são candidatos à Câmara de Aveiro Alberto Souto (PS), Diogo Machado (Chega), João Moniz (BE), Isabel Tavares (CDU), Miguel Gomes (IL), Bruno Fonseca (Livre), Ana Rita Moreira (PAN) e Paulo Alves (Nós, Cidadãos!).
A Câmara de Aveiro é atualmente liderada pelo social-democrata José Ribau Esteves, que, no seu terceiro mandato, integra o executivo com outros cinco eleitos da coligação PSD/CDS-PP/PPM e ainda três vereadores da parceria PS/PAN.
Comentários