O cabeça de lista da coligação Avançar Leiria à Câmara de Leiria, José Peixoto, defendeu hoje a manutenção de comboios de mercadorias, sublinhando o seu contributo para o ambiente.
“Estão todos à espera da alta velocidade, que é importante, mas não sabemos quando é que vai estar pronta. E a linha do Oeste está lentamente moribunda”, disse à Lusa o candidato da Avançar Leiria (BE, Livre e PAN).
Duvidando que os prazos para a construção da Linha de Alta Velocidade sejam cumpridos, José Peixoto adiantou que a estação ferroviária de Leiria vai ser desativada. “Com isso, perde-se o transporte ferroviário de mercadorias em Leiria. Não sei como é que se viabiliza uma alta velocidade sem transporte de mercadorias. Continuaremos a ser atravessados por camiões poluentes, lentos e caros”, reforçou.
O ambiente é uma das prioridades da coligação Avançar Leiria, que reuniu esta segunda-feira com a Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres (CADRM). “Andamos há 30 anos à volta da Ribeira dos Milagres, sabendo que [problema] não é a Ribeira dos Milagres, é toda a bacia hidrográfica de Lis. O que nos disse o Rui Crespo [porta-voz da CADRM] é bastante preocupante”, constatou.
Referindo que as descargas chegam a ser semanais, José Peixoto referiu que não são apenas as suiniculturas, mas também os aviários. “Tivemos as propostas da ETES [Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas]. Todas as vezes que o dinheiro era para vir, não veio e sempre pela mesma razão: puseram a raposa a guardar o galinheiro”, denunciou, ao afirmar que não se pode esperar que sejam os “prevaricadores a tratar disto”.
Por isso, defendeu que a solução passa pela autarquia e por investimento público.
A Avançar Leiria tem hoje à tarde uma ação de campanha junto à estação ferroviária de Leiria, seguindo-se uma visita ao centro de saúde de Marrazes.
José Peixoto defendeu que a Câmara de Leiria pode fazer mais do que implementar o projeto Bata Branca, criando gabinetes integrados, que podem ser para apoio psicológico, estomatologia e até jurídico para vítimas de violência doméstica.
Estes gabinetes seriam criados pela autarquia, “proativamente, com parcerias com médicos privados e públicos”.
O candidato critica a “lógica de canibalização” de oferecer apoios financeiros para fixar médicos. “Por exemplo, temos aqui a Bata Branca e Ourém também tem. Vamos oferecer mais uns cobres e eles vêm para cá e [em Ourém] ficam sem médicos. Não pode ser assim, tendo em conta que todos pertencem à mesma região e que se podem entreajudar”, exemplificou.
O cabeça de lista considerou ainda “injusto”, que os “22 médicos que estão no projeto Bata Branca, ganhando mais do que 22 médicos do Serviço Nacional de Saúde, façam um terço das consultas semanais”.
A coligação Avançar Leiria propõe que os profissionais de saúde tenham “prioridade no acesso às creches” para os seus filhos e que “temporariamente se lhes arranjem casas”.
Nas autárquicas de 2021, Gonçalo Lopes, que é recandidato, liderou, pela primeira vez, a lista do PS ao município, com o partido a manter oito mandatos e o PSD três. Os vereadores sociais-democratas passaram depois a independentes.
São também, além de José Peixoto, cabeças de lista à Câmara de Leiria nas eleições de domingo Sofia Carreira (PSD), Branca Matos (CDS), Paulo Ventura (IL), Nuno Violante (CDU), Luís Paulo Fernandes (Chega) e Nuno Henriques Barroso (ADN).
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