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Irmã de 16 mata irmã de 19. Escondeu o corpo “dois ou três dias” na casa em Peniche

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A jovem de 16 anos suspeita de matar a irmã de 19, em Peniche, manteve o corpo da vítima em casa “dois ou três dias” e só depois o enterrou, disse hoje o diretor da Polícia Judiciária de Leiria.

Numa conferência de imprensa, Avelino Lima especificou que “os factos terão ocorrido no dia 15 de agosto” e que o corpo ”terá sido sepultado dois ou três dias depois”, tendo ficado esse tempo “em decomposição no domicílio”.

“Agora, só após uma perícia médico-legal, podemos ser mais objetivos e determinados no tipo de violência que ocorreu e em outros elementos que vão certamente ser úteis para uma apreciação global do acontecimento”, acrescentou, ao referir que a “arma do crime é uma faca perfeitamente comum de uso doméstico que não foi localizada”.

A jovem de 16 anos foi detida, tendo confessado o crime, e está indiciada por “homicídio na forma qualificada e por profanação de cadáver”, sendo presente na sexta-feira a tribunal para determinação de medidas de coação.

Avelino Lima adiantou que a vítima, de 19 anos, estava desaparecida desde o dia 14 de agosto e, no dia 19 de agosto, a irmã e o pai comunicaram à PSP local a sua ausência.

“O Ministério Público, depois das diligências que entendeu pertinentes, considerou que estaríamos em presença de algo mais grave”, revelou.

A PJ iniciou a investigação a meio da tarde de sexta-feira, dia 08 de setembro, e não parou “até culminar, ontem [quarta-feira], com este dramático desfecho de encontrar a jovem vítima, agravado pelo facto de a autora da morte da jovem ter sido a sua irmã”, referiu.

O diretor da Judiciária disse que a investigação conduziu os inspetores para o núcleo familiar e as diligências realizadas para a identificação de vestígios de natureza biológica.

“A suspeita passou a ter uma atitude mais condizente com os factos que ocorreram e levou-nos ao local onde sepultou a irmã, de uma forma pouco profunda, num terreno arenoso, fácil de movimentar”, explicou.

Segundo o diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, a mãe das jovens não era uma “presença assídua no domicílio” e as irmãs viviam com o pai, que não desconfiou de nada, “até porque a informação que lhe foi prestada tinha alguma credibilidade: uma jovem de 19 anos a deslocar-se para junto de um hipotético namorado não é um facto que merecesse, numa primeira abordagem, uma desconfiança”, disse.

Ressalvando que a investigação ainda não está fechada, Avelino Lima indicou que “todos os indícios recolhidos” apontam para que não tenha havido outras pessoas envolvidas na morte da jovem.

O diretor da PJ de Leiria disse ainda que “a presença do pai não foi impeditiva de o corpo continuar no domicílio”, o que está relacionado com “as dinâmicas da família”.

O crime terá ocorrido durante o dia e o corpo movimentado e sepultado durante a noite.

De acordo com Avelino Lima, o motivo foi “completamente fútil” e o crime aconteceu durante “uma discussão à volta da posse de um telemóvel”.

A família estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Peniche, mas não por maus-tratos.

“Era uma família necessitada de apoio, apenas”, precisou.

Admitindo que um caso destes, pela idade da suspeita, é “completamente incomum”, Avelino Lima disse ainda que as autoridades têm assistido “a uma grande intolerância dos jovens para com o confronto”, que passam “facilmente à violência”.

“Basta ver a criminalidade com utilização de armas brancas associada à delinquência juvenil, por exemplo. Isto é algo sobre o qual devíamos todos refletir. A tolerância está a desaparecer da nossa juventude”, alertou.

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