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Homem nega ter misturado ácido sulfúrico com vinho para matar a companheira em Águeda

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 Um homem acusado de ter matado a companheira, induzindo-a a beber ácido sulfúrico misturado com vinho branco, negou hoje a acusação, no início do julgamento, no Tribunal de Aveiro.

“Isso é tudo mentira”, afirmou o arguido, negando ter misturado “água das baterias” numa garrafa de vinho branco que se encontrava aberta no frigorífico, como refere a acusação do Ministério Público (MP).

O homem, que começou esta manhã a ser julgado por um tribunal de júri, constituído por três juízes profissionais e por quatro jurados, está acusado de um crime de homicídio qualificado e outro de omissão de auxílio.

Perante o coletivo de juízes, o arguido explicou que, quando chegou a casa, encontrou a mulher em posição fetal, em cima da cama, no quarto, perguntando-lhe o que tinha e ela respondeu que lhe doía a barriga, porque tinha bebido água fresca.

Referiu ainda que a companheira pediu-lhe dois ‘ben-u-ron’, mas, como só havia um, voltou a sair de casa para ir comprar mais.

Quando regressou novamente a casa a mulher estava “caída no chão do quarto, toda ensanguentada”, e foi nessa altura que ela lhe disse que tinha bebido a “água das baterias” por vontade própria, referindo-se ao ácido sulfúrico que se encontrava numa garrafa que o arguido tinha guardado no armazém, para reanimar as baterias das viaturas.

“Ela confessou que tinha bebido água das baterias a chorar”, afirmou, adiantando que tentou transportar a mulher para o Hospital mas ela acabou por perder os sentidos e ligou ao Instituto Nacional de Emergência Médica a pedir uma ambulância.

O arguido referiu ainda que a mulher tinha problemas de consumo excessivo de álcool, negando a existência de violência doméstica. “Ela chamou várias vezes a GNR, mas era por causa do vinho. Ela ficava descontrolada e não sabia o que fazia”, afirmou.

Segundo a acusação do MP, os factos ocorreram a 27 de maio de 2022, na residência onde o casal vivia, em Águeda.

O MP diz que ao longo da relação existiram “discussões frequentes e queixas” da ofendida contra o arguido por violência doméstica.

Após uma discussão relacionada com a mudança da sede da empresa para um imóvel que a ofendida tinha herdado, o que não era do seu agrado, o arguido pegou em ácido sulfúrico que tinha adquirido para “reanimar” baterias dos camiões e despejou uma parte numa garrafa que já se encontrava aberta e com algum vinho branco já consumido.

De seguida, o arguido colocou a garrafa no frigorífico, tendo dito a um funcionário: “ela já não bebe desde de ontem, quando beber esta, até estala”.

Ao final da tarde, a mulher dirigiu-se ao frigorífico e retirou a garrafa que continua o vinho com ácido sulfúrico e ingeriu o líquido que se encontrava no seu interior, o que lhe provocou graves queimaduras na língua, faringe, esófago, traqueia, diafragma estômago e intestinos.

Quando regressou a casa, o arguido encontrou a mulher “mal disposta” e a vomitar sangue, mas só ao fim de cerca de três horas depois é que decidiu chamar o 112.

A mulher foi transportada para o Hospital de Águeda onde acabou por morrer.

O MP diz que, ao colocar o ácido sulfúrico numa garrafa de vinho, o arguido sabia que induziria a ofendida, que era dependente de álcool, a ingeri-lo, colocando assim nas mãos dela “a arma do crime”.

Notícias do Centro | Lusa

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