Castelo Branco

Grupos organizados já podem visitar ruínas romanas da Quinta do Ervedal no Fundão

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As ruínas romanas da Quinta do Ervedal, em Castelo Novo, concelho do Fundão, datadas da segunda metade do século I d.C. podem ser visitadas a partir de hoje por grupos organizados.

“Neste momento estão reunidas as condições para começar, desde já, com visitas de forma organizada ao público daquilo que é a interpretação, a pedagogia e a ciência associadas a um dos achados [arqueológicos] mais importantes, que tornam Ervedal num dos sítios arqueológicos mais importantes da nossa região”, disse hoje à agência Lusa, o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes.

O programa de escavações neste sítio arqueológico começou em 2007, por iniciativa do município do Fundão, através do Museu Arqueológico Municipal José Monteiro.

Classificado como Sítio de Interesse Público desde 2023, o conjunto da Quinta do Ervedal assume-se como um ponto de referência monumental na arqueologia da Beira Interior, nos campos científico, identitário, didático e turístico.

Entre outras estruturas, salientam-se dois edifícios termais, correspondentes a uma ocupação datada da segunda metade do século I d.C. até, pelo menos, aos inícios do século VI d.C.

Paulo Fernandes realçou a “conexão muito forte” da Quinta do Ervedal às aldeias históricas.

“Não esqueçamos que o Ervedal está dentro da freguesia de Castelo Novo, tendo ali a aldeia histórica de Castelo Novo. A partir do momento em que vamos ter uma abertura sistémica ao público, mesmo que seja através de visitas organizadas, a correlação com a experiência da visitação à aldeia histórica [de Castelo Novo] vai ser essencial”, sustentou.

O autarca realçou ainda a importância turística e histórica do corredor entre as aldeias históricas de Castelo Novo (concelho do Fundão), Monsanto e Idanha-a-Velha (concelho de Idanha-a-Nova), no distrito de Castelo Branco.

“Todo este conjunto vai ser fundamental naquilo que é o essencial, o turismo cultural e de qualidade em que as pessoas permaneçam cada vez mais tempo no nosso território e criem mais valor”, sustentou.

O presidente do município do Fundão explicou ainda que as visitas organizadas vão ser feitas através do museu arqueológico, bastando para isso, contactar a Câmara Municipal.

Já sobre a abertura total ao público do sítio arqueológico, Paulo Fernandes espera que isso seja possível no final do próximo mandato autárquico.

“É preciso os equipamentos complementares para o campo de visitação ser aberto a todos. Temos de aproveitar os fundos comunitários [Portugal 2030] para ter aqui recursos pensando que durante este mandato fique resolvido”, disse.

Os trabalhos de investigação e escavação vão prosseguir, na expectativa de trazer novas descobertas sobre este notável testemunho da presença romana na região.

A quinta do Ervedal implanta-se na base da vertente sul da Serra da Gardunha. A nascente corre a Ribeira de Alpreade.

A dispersão dos vestígios abarca sensivelmente uma área de dez hectares.

Os dados recolhidos nas escavações arqueológicas realizadas permitem identificar este local como um vicus (“uma unidade territorial menor”), com uma ocupação balizada entre o início do século I d.C. e o século VI/VII.

Até à data, foram postos a descoberto dois complexos termais, separados por 30 metros, que terão funcionado simultaneamente.

O mais pequeno – balneum I – exibe indícios de uma estrutura privada, integrado numa domus, enquanto o outro – balneum II -, corresponderá a um equipamento público.

Foi ainda definida uma área destinada a atividades oficinais, onde foi exumada uma grande quantidade de escória, pingos de fundição e fragmentos de um cadinho (“recipiente usado para aquecer, fundir e queimar substâncias a altas temperaturas”).

Notícias do Centro | Lusa

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