O Fundão vai passar a ter um Centro de Apoio à Vida localizado na vila de Alpedrinha, uma estrutura destinada ao acolhimento de jovens mães ou grávidas para que adquiram competências pessoais, sociais, profissionais e se autonomizem.
O projeto é promovido pelo Centro Assistencial Cultural e Formativo do Fundão (CACFF), em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha, que cedeu por 25 anos os dois edifícios a requalificar para o efeito.
Segundo a presidente do CACFF, Alcina Cerdeira, em declarações à agência Lusa, o Centro de Apoio à Vida é uma resposta inexistente na região, resulta de uma candidatura à Bolsa de Alojamento Nacional de Alojamento Urgente e Temporário, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e representa um investimento de 448 mil euros, comparticipados em 85%.
De acordo com a responsável, os 67 mil euros da componente própria do equipamento, apoiado pela Segurança Social, vão ser suportados em partes iguais pela Câmara do Fundão e por um benemérito, a Oti Hotéis.
“É um equipamento fundamental para complementar um conjunto de respostas que já existem”, salientou Alcina Cerdeira.
A estrutura vai ter capacidade para acolher entre dez a 12 mulheres, mais os respetivos bebés, e a presidente do CACFF aponta para a entrada em funcionamento do Centro de Apoio à Vida em março de 2026, embora a conclusão da empreitada esteja prevista para o final de 2025.
Alcina Cerdeira explicou que as mães, até aos 21 anos, ficarão no espaço, em média, até um ano, mas esse período poderá ser prolongado até estarem adquiridas as competências necessárias.
“Na unidade terão apoio psicológico, social, jurídico, se for necessário. Dependerá de cada uma das situações e também se têm retaguarda familiar, porque algumas não têm, e estas são situações regulares que vão surgindo”, vincou a responsável.
Segundo a presidente do CACFF, o Centro, que criará seis postos de trabalho, funcionará como elemento de “fortalecimento e suporte para a autonomia” das mulheres grávidas ou puérperas que se encontrem em situação de risco emocional ou social, até “desenvolverem o seu projeto de vida”.
O Centro de Apoio à Vida tem “caráter nacional”, embora Alcina Cerdeira saliente que existem poucas estruturas destas no país e se destine “fundamentalmente a acolher mães da região”.
O projeto foi candidatado na sequência do diagnóstico social do município do Fundão, no distrito de Castelo Branco, que detetou “esta lacuna que urge preencher no território”, no sentido de ajudar, com o apoio de uma equipa multidisciplinar, a desenvolver competências e aconselhamento parentais, e criar responsabilidade para a promoção para a autonomia destas mães, muitas delas ainda adolescentes, além de “garantir o bem-estar da criança”.
O Centro de Apoio à Vida, que vai receber jovens mulheres encaminhadas pela Segurança Social e outras entidades terá a componente de acolhimento e também de atendimento.
“Nós já identificámos um conjunto de respostas que não existem e que estamos a tentar desenvolver, para fazer face aos problemas que vão surgindo”, salientou a presidente do CACFF, instituição que tem as restantes valências a funcionar no Fundão e, com o protocolo assinado com a Santa Casa de Alpedrinha, vai descentralizar os serviços.













Comentários