A Câmara de Estarreja vai inaugurar no sábado o Museu Fábrica da História – Arroz, um equipamento que custou cerca de 1,7 milhões de euros e que a autarquia espera que ajude a estimular uma atividade outrora importante na região.
Este novo espaço museológico ligado à identidade do cultivo do arroz em Estarreja está instalado no edifício reabilitado da antiga “Hidro-Elétrica” de Estarreja, uma antiga fábrica de descasque de arroz que funcionou de 1922 até ao final da década de 80.
“A cultura do arroz em Estarreja, que na altura era de facto muito importante na economia estarrejense, deixou de ter essa expressão e a fábrica foi à vida”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina.
Com o passar dos anos, o prédio foi-se degradando e a câmara mandou demolir o imóvel, o que não chegou a acontecer, porque o município decidiu reabilitar o edifício para promover e salvaguardar a herança cultural local e a prática tradicional do cultivo do arroz na região do Baixo Vouga Lagunar.
“Um dia acordei durante a noite e disse que não podíamos demolir um pedaço de história importantíssima para o concelho, porque de facto era um edifício onde trabalharam centenas de pessoas de Estarreja”, contou o autarca.
Após ter sido doado ao município, o edifício foi alvo de obras de reabilitação e adaptação, num investimento de 1,2 milhões de euros, que teve uma comparticipação comunitária, a que acresceram cerca de 500 mil euros na museografia.
Juntamente com outros projetos de maior dimensão, que estão atualmente em curso, a autarquia espera incentivar a orizicultura, fazendo com que esta atividade volte a ser importante em termos económicos para o concelho.
“A nossa ideia é de facto fazer crescer isto, fazer valer novamente a cultura do arroz como uma das principais culturas agrícolas do concelho de Estarreja e este polo museológico vai ter esse condão de promover a cultura do arroz, mas trazer novamente à luz aquilo que foi a cultura do arroz em Estarreja”, disse Diamantino Sabina.
O autarca assinala que com a fábrica do arroz já surgiu a Confraria da Cultura do Arroz de Estarreja, que “também vai ajudar neste estímulo e nesta venda da ideia da qualidade do arroz de Estarreja”.
“Neste momento, o nosso arroz tem valor acrescentando, porque é pouco e a procura é muito grande. Todos os agricultores que produzem arroz em Salreu vendem-no todo com muita rapidez”, referiu, adiantando que, atualmente, a produção de arroz é “menos de um vinte avos” da que havia há 50 anos.
O novo museu incorpora uma zona multifuncional, uma loja e um restaurante no piso superior que irá servir pratos confecionados com o arroz de Estarreja.
O programa inaugural do Museu, que se estende até domingo, inclui visitas guiadas aos campos do cultivo deste cereal. Até ao final do mês as entradas serão gratuitas.
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