O ateliê “Dobrarquitetura” venceu o concurso de ideias para a requalificação da antiga piscina municipal de Castelo Branco, anunciou hoje a Câmara.
Numa nota enviada à agência Lusa, o município de Castelo Branco explica que o concurso foi promovido em parceria com a Secção Regional do Centro da Ordem dos Arquitetos.
O objetivo desta iniciativa passa por “encontrar as melhores propostas para um novo uso daquele espaço identitário da cidade, encerrado há mais de duas décadas, e que, desde então, tem acolhido associações locais”.
O segundo lugar do concurso de ideias foi atribuído à proposta apresentada pelos arquitetos Nelson Gil Valente Martins e Inês Semedo, que recebeu um prémio no valor de 3.000 euros.
O vencedor foi o ateliê “Dobrarquitetura”, coordenado pelos arquitetos Alexandra Paisana Belo e Vítor Mingacho, que recebeu um prémio no valor de 6.000 euros.
A requalificação da antiga piscina de Castelo Branco deu assim os primeiros passos, décadas após o encerramento daquele espaço de lazer.
O objetivo da autarquia passa por “acolher e ponderar as melhores ideias e soluções que estarão na base da definição do programa preliminar do segundo concurso público de conceção, seguido de ajuste direto, para aquisição de serviços para a elaboração do projeto para a reconstrução da antiga piscina”.
O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, considerou que as duas ideias vencedoras “servirão de base para um programa que se quer discutido e o mais abrangente possível”.
Apesar do desejo manifestado por muitos albicastrenses em querer reaproveitar o equipamento das piscinas, e de essa também ter sido a primeira intenção do município, o autarca deixou claro que isso não voltará a acontecer.
“Deparámo-nos com dificuldades, como a consolidação do terreno, que trariam encargos financeiros quase incomportáveis” e, dada a alocação de recursos com esta dimensão a equipamentos públicos, “o tempo de utilização não poderia ser apenas nos meses do verão”, justificou Leopoldo Rodrigues.
O projeto para a piscina municipal de Castelo Branco foi promovido pela respetiva Câmara Municipal, tendo sido incumbido ao arquiteto Manuel Ferrão de Oliveira na década de 1960.
A necessidade justificava-se pela falta de instalações deste tipo na região, caracterizada por verões com elevadas temperaturas que obrigavam a que a população procurasse piscinas para uso recreativo noutros locais, ficando a mais próxima a 33 quilómetros.
O primeiro projeto foi aprovado em 1967 e inscrito no Plano de Melhoramentos Urbanos desse ano. Porém, não se avançou com a construção em virtude de um despacho para que se aguardasse oportunidade. Foi necessário proceder a algumas revisões do projeto, novamente submetido pelo município em 1971.
Devido à falta de possibilidades financeiras do município, a construção recebeu comparticipação através do Comissariado de Desemprego, da Comissão Coordenadora de Obras e Melhoramentos Rurais do Nordeste, e do Orçamento Geral do Estado.
Mais tarde, já após o 25 de Abril, obteve também subsídios do Ministério da Administração Interna. A obra ficou concluída no início da década de 1980.
A construção de um novo complexo de piscinas municipais noutra zona da cidade, inauguradas em 2004, contribuiu para o abandono deste espaço balnear.
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