Aveiro

Empresas e população solidários com bombeiros e vítimas no distrito de Aveiro

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Nos últimos dias, foram muitas as pessoas particulares, associações e empresas que quiseram dar a mão aos bombeiros que combatiam os incêndios no distrito de Aveiro ou ajudar as famílias que perderam as suas casas.

Nas redes sociais, multiplicam-se as publicações a dar conta destes gestos de solidariedade, seja a fornecer comida, água e medicamentos às corporações, ou disponibilizando as suas instalações para os bombeiros poderem descansar.

Um dos exemplos desta generosidade é o de Cátia Saavedra, do restaurante Mau Feitio, em Aveiro, que só na terça e na quarta-feira serviu cerca de duas centenas de refeições aos bombeiros que estavam a combater fogos nesta zona.

“Nós não conseguimos ajudar de outra maneira, porque não íamos para lá atrapalhar, e decidimos fazer isto, porque sabíamos que muitos deles tinham a barriga cheia de água ou barritas”, disse à Lusa esta empresária, que também já tinha doado refeições aos bombeiros e ao hospital durante a pandemia de covid-19.

Cátia Saavedra contou que às vezes o restaurante ficava cheio só de bombeiros, afirmando ter ficado “de coração cheio de os poder ajudar”.

“Eles vinham todos pretos, cansados e com dezenas de horas sem dormir. Houve um senhor que estava a vir de Águeda que nem sequer se notava a parte branca dos olhos. Tinha os olhos todos vermelhos. Notava-se o cansaço na cara deles”, descreveu.

Também Helder Cipriano, do restaurante/pastelaria Imperium, em Aveiro, andou nos últimos três dias a distribuir sandes de queijo e fiambre, pizas, pastéis, águas e café pelos “soldados da paz”.

O empresário explicou que decidiu fechar o estabelecimento mais tarde, para atendimento exclusivo aos bombeiros, mas como “eles não saiam do pinhal” decidiu ir ao seu encontro.

“Chegou a um ponto em que se eles não vêm cá eu vou levar lá. Sabia onde é que eles estavam e fui distribuir”, contou.

Em Albergaria-a-Velha, a empresa de colchões Planifex disponibilizou, desde a primeira hora, as suas instalações para os bombeiros ou equipas de intervenção que quisessem descansar ou tomar um banho, um gesto seguido pela empresa de Sever do Vouga A. Silva Matos, que também abriu as suas instalações para os bombeiros, disponibilizando colchões, água, café e comida.

Nas redes sociais também não faltam palavras de agradecimento dos bombeiros pela generosidade demonstrada por estes dias e que, em alguns casos, excedeu as necessidades.

“Não raras vezes, quando as situações se prolongam no tempo, como é o caso, este tipo de doações ultrapassa rapidamente as necessidades, enquanto outras coisas estão sempre a fazer falta”, lê-se numa nota dos Bombeiros da Murtosa.

Segundo a corporação, a maioria das pessoas “não tem a noção de quanto custa o equipamento de proteção individual de cada bombeiro” e do material que se estraga nos incêndios.

Os bombeiros apelam, por isso, à generosidade da população e das empresas para dirigirem os seus donativos em dinheiro para a conta bancária da corporação, de forma a “recompletar o material perdido”.

As redes sociais servem também para publicitar outros exemplos de generosidade, mas agora destinados às vítimas dos incêndios.

A empresa Feira dos Sofás, por exemplo, disponibilizou-se para ajudar as famílias que perderam as suas casas nos incêndios deste mês, oferecendo mobiliário essencial.

Há ainda o caso de uma clínica especialista em reabilitação e regeneração da pele que promete disponibilizar tratamento gratuito a pessoas queimadas pelos incêndios, clínicas veterinárias que oferecem os seus serviços para socorrer os animais afetados e uma empresa de advogados que disponibiliza serviços de apoio jurídico gratuitos às vítimas para lidar com seguros, indemnizações, ou documentação perdida.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.

Notícias do Centro | Lusa

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