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Empresários da região de Viseu pedem ao Governo discriminação fiscal positiva

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Três empresários da região de Viseu reivindicaram hoje medidas de discriminação positiva para o interior ao nível da fiscalidade no plano económico a apresentar pelo Governo.

“Fala-se tanto do interior e então pergunto: porque é que não há uma discriminação positiva em termos fiscais? Não é assim tão difícil fazer, seja para as empresas como para as pessoas, para ajudar a criar riqueza”, defendeu o vice-presidente da Martifer.

Arnaldo Figueiredo aproveitou o IRS Jovem, medida que abrange os cidadãos até aos 35 anos, para sugerir “fazer uma discriminação diferente, mais direcionada, porque a maior parte dos jovens estão no Porto e Lisboa” e no interior “também são precisos”.

“Eu veria com bons olhos para esta região uma discriminação positiva para a exportação”, exemplificou, dando como exemplo a Martifer que tem uma taxa de exportação de 80%.

O vice-presidente da Martifer, com sede em Oliveira de Frades, era um dos convidados do painel Empresas no encontro “Fora da Caixa” promovido pela Caixa Geral de Depósitos que aconteceu hoje em Carregal do Sal, concelho do distrito de Viseu.

Com a Martifer esteve também no debate o grupo Finsa, com sede em Nelas, também no distrito, e representado por a diretora financeira, Helena Costa, e ainda o grupo Visabeira, com sede em Viseu, representado pelo diretor executivo, Nuno Marques.

A vontade de haver discriminação positiva fiscal foi manifestada quando questionados pelo moderador, António Costa, do jornal Eco, sobre o plano económico que o Governo prometeu apresentar esta semana.

Os três empresários assumiram em conjunto a discriminação positiva na área fiscal e Nuno Marques acrescentou ainda que “as médias e grandes empresas são duplamente penalizadas, porque não têm acesso a determinados fundos europeus”

Sublinharam ainda a “necessidade de ferrovia e de uma autoestrada entre Viseu e Coimbra, porque é inaceitável e incompreensível que não haja essas duas estruturas básicas”.

“É preciso fazer mais e falar menos, porque o problema é que [os governos] falam muito e fazem pouco e na realidade é importante ter infraestruturas básicas e a descriminação positiva nos impostos, quer para as empresas, quer para as pessoas, porque depois somos nós que temos de fazer o resto”, defendeu Nuno Marques.

O grupo Finsa, destacou Helena Costa, fez um investimento de “milhões de euros para criar uma linha ferroviária própria para exportar para vários pontos da Europa e para receber matéria-prima e não está a funcionar”.

“A linha da Beira Alta está encerrada para requalificação, já foram anunciadas várias datas para a sua reabertura, mas continuamos a aguardar para podermos fazer a ligação e definitivamente usarmos a nossa linha férrea”, disse Helena Costa.

As vantagens da ferrovia, defenderam, passam pela “economia de recursos e sustentabilidade na hora de escoar os produtos e de receber matéria-prima” e, como não existe, circulam “centenas de camiões, com um custo muito mais elevado”.

“As empresas para crescerem precisam de ter estas infraestruturas e os apoios e discriminações positivas seriam boas medidas, mas acima de tudo é preciso criar condições para que se coabite e se possa desenvolver para trabalhar na região”, defendeu Helena Costa.

A diretora financeira destacou que “é preciso mais do que bons vencimentos, os jovens hoje querem ser felizes a trabalhar e para isso é preciso criar condições a vários níveis, também fiscais, como de mobilidade na região”.

Do grupo com sede em Viseu, Nuno Marques admitiu que a empresa “tem conseguido atrair jovens qualificados, inclusive do exterior, mas muito pelo reconhecimento e o nome que a Visabeira tem” no mercado.

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