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Duas estreias na mostra de dança contemporânea New Age New Time em Viseu

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A mostra de dança contemporânea New Age New Time (NANT) vai realizar-se de 11 a 25 de janeiro, em Viseu, com a apresentação de quatro coproduções, duas em estreia absoluta, que pretendem lançar “um grito de transformação”.

“Ao longo de duas semanas, a NANT reafirma-se, mais uma vez, como uma plataforma para a promoção da dança contemporânea em Portugal e um espaço de experimentação que tem como foco incentivar a criação artística”, disse hoje aos jornalistas o diretor de programação do Teatro Viriato, António M Cabrita.

O responsável avançou que o programa da 13.ª edição da NANT aborda a transformação, seja a “do feminino que resiste às convenções sociais do corpo”, a “inspirada na contracultura do movimento queercore e na reflexão sobre as imposições heteronormativas”, a que acontece a partir da ausência ou da presença no coletivo ou a de comportamentos que promovam a sustentabilidade ambiental.

Logo no primeiro dia, Be Soares estreia a peça coreográfica “RE.SET a metaphor for my queer emancipation”, uma coprodução com o Teatro Viriato.

Segundo António M Cabrita, trata-se de “uma performance autobiográfica sobre renascimento e transformação, criada a partir da própria identidade da artista”.

“Explora a emancipação queer e desafia o público a ouvir e a explorar as suas próprias subjetividades”, acrescentou.

A segunda estreia da NANT, “Durarei pela paz e nunca por mal”, está marcada para 22 de janeiro. Trata-se de uma cocriação de Mélanie Ferreira (que iniciou os estudos em dança na escola Lugar Presente, de Viseu) e Daniel Matos, com coprodução do Teatro Viriato.

“Lançam ao público uma pergunta: como é que ocupamos o tempo de espera por algo?”, avançou António M Cabrita, acrescentando que, desta forma, “convidam o público a refletir sobre o tempo e a durabilidade das experiências”.

No dia 15 de janeiro, subirá ao palco “Ausência da minha presença”, de Bruna Carvalho, que “explora, de forma poética, a interação entre luz e sombra”, sugerindo que aquilo que não é revelado “pode ser tão significativo quanto o visível”.

“Pechisbeque”, de Ana Isabel Castro, encerrará a NANT no dia 25, com a coreógrafa a apresentar “uma reflexão sobre o valor das coisas”.

De acordo com António M Cabrita, “os sonhos, a realização, o equilíbrio entre coragem e fragilidade são temas abordados e que conduzem o público nessa reflexão”.

Atendendo à preocupação que o Teatro Viriato tem tido nos últimos anos de aproximar a infância da dança contemporânea, nos dias 17 e 18 será apresentado o espetáculo “L’après-midi d’un foehn Version 1”, da Compagine Non Nova.

António M Cabrita explicou que, “recorrendo à simplicidade do vento”, Phia Ménard “transforma sacos descartáveis em personagens poéticas, evocando temas de sustentabilidade e ecologia”.

Para além dos espetáculos, esta edição da NANT inclui apresentação do livro “Linhas de tensão. Arte, dança e ecologia”, de Daniel Tércio, com fotografias de Luís Pavão, no dia 20.

Partindo do lançamento deste livro, irá também realizar-se, no dia seguinte, a oficina “Coisas possíveis (e talvez necessárias)”, que pretende “estimular nos participantes uma visão de futuro, desafiando-os a pensar e identificar práticas mais sustentáveis a partir do campo da dança”, disse António M Cabrita.

A exibição do mais recente filme do cineasta Jacques Audiard, “Emília Pérez”, no dia 23, em parceria com o Cine Clube de Viseu, e a exposição “Corpo gráfico”, de Teresa Vale, que ficará patente ao longo de toda a mostra, completam a programação.

António M Cabrita contou aos jornalistas que esta mostra de dança foi um dos primeiros palcos em que se apresentou em dupla com São Castro, o que marcou o início do seu percurso enquanto coreógrafo e moldou o seu caminho profissional.

“Treze anos depois posso afirmar, com toda a certeza, que esta mostra mantém a sua relevância e impacto, quer nas propostas que apresenta ao público, quer na forma como concede espaço e apoio de criação aos artistas”, frisou.

Notícias do Centro | Lusa

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