O engenheiro civil e deputado municipal Luís Soares é o cabeça de lista do Chega à Câmara da Guarda nas autárquicas de 12 de outubro, com o objetivo de “contrariar o adiamento do concelho que se verifica há 50 anos”.
Com 70 anos, o candidato concorre como independente e é atualmente o único deputado do partido na Assembleia Municipal da Guarda, tendo sido eleito em 2021.
Foi técnico superior da autarquia guardense, de onde se aposentou este ano.
Luís Soares adiantou à agência Lusa que vai apresentar “um programa diferenciador”, com o ‘slogan’ “Uma Guarda com mais um F, de futuro”, para “contrariar o adiamento do concelho que se verifica há 50 anos”.
“Propomos apostar numa economia reprodutiva para tornar a Guarda não apenas grande novamente, mas enorme”, referiu.
O cabeça de lista à capital de distrito lamentou que os autarcas eleitos até agora por PS e PSD tenham “investido apenas no alcatrão e no betão, no óbvio, para captar votos”.
“Foram construídas infraestruturas nalgumas freguesias, como estradas e equipamentos desportivos que, tendo em conta a evolução populacional, não serão para ninguém, porque não teremos lá ninguém daqui a uns anos”, exemplificou.
Luís Soares assume como uma das suas prioridades a implementação de um “‘cluster’ da defesa”, porque o contexto internacional “obriga Portugal a apostar nesse setor, como acontece noutros países”.
Para concretizar esse objetivo, defende uma parceria com a Universidade de Telavive e empresas tecnológicas de Silicon Wadi, em Israel.
“Ainda não chegámos a quem decide, mas estamos a fazer esse caminho, porque acreditamos que poderão ser os melhores parceiros para termos na Guarda ensino e tecnologia de topo, alavancando o nosso instituto politécnico para outros níveis”, afirmou.
Outra das propostas passa pela aposta na agricultura para inverter o despovoamento do concelho, com medidas e projetos que “ajudem as pessoas a tirar o seu sustento do que produzem”.
Na saúde, sugere a criação de um seguro coletivo para que pessoas com carências económicas possam ser tratadas no setor privado: “Não vale a pena andarmos a fazer pedidos e manifestações para virem mais médicos e enfermeiros, porque o Serviço Nacional de Saúde não consegue responder. Por isso, não vejo outra forma de prestar cuidados de saúde com dignidade e qualidade aos mais necessitados que não seja através desse seguro coletivo.”
A candidatura já está a trabalhar para conseguir “fundos” para essa proposta, que faz parte de um programa que será “disruptivo”.
“É tempo de acabar com os cenários de menos gente, menos rendimento, menos riqueza, menos saber, menos cultura e menos agricultura”, realçou o cabeça de lista, simpatizante do Chega, admitindo ser “um sonhador que acredita que consegue concretizar sonhos”.
Para Luís Soares, o resultado do partido nas próximas autárquicas “vai depender muito da capacidade de fazer passar a mensagem”.
“A nossa intenção é criar aqui uma economia reprodutiva que fixe pessoas com conhecimentos e que faça regressar os nossos jovens que emigraram, porque é um saber com muito valor acrescentado”, sublinhou.
Nos contactos que tem feito pelo concelho tem encontrado pessoas com “uma carga muito negativa e um desacreditar total nas promessas que têm ouvido ao longo dos anos”.
Há quatro anos, as autárquicas foram ganhas pelo movimento independente Pela Guarda, liderado por Sérgio Costa, com 36,2% dos votos e três vereadores.
O PSD, que perdeu a Câmara a que presidia desde 2013, obteve 33,6% e também elegeu três vereadores.
O PS elegeu apenas um, com 17,9%, naquele que foi o seu o pior resultado de sempre em autárquicas na Guarda. O Chega foi a quarta força política, com 2,69%.
Luís Soares é o terceiro candidato autárquico oficializado na capital do distrito, depois de António Monteirinho (PS) e José Pedro Branquinho (CDU).











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