A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou hoje, por maioria, uma moção, através da qual apela ao Governo para que dote os municípios com as verbas necessárias para implementar o Programa de Revitalização da Serra da Estrela (PRSE).
No documento votado, a assembleia instou a o Governo “a avançar definitivamente com os projetos estruturantes que constam do PRSE, conferindo aos municípios da região as verbas necessárias à sua implementação”.
O socialista João Flores Casteleiro, que apresentou a moção, considerou que “ainda está por fazer justiça às populações afetadas pelos incêndios de agosto de 2022 na serra da Estrela” e salientou que existem “vários indicadores que revelam um manifesto desequilíbrio territorial no país”.
Na moção apresentada pelo PS, e que contou com os votos contra do CDS e do PSD, é manifestada a “incredulidade” com a verba inscrita no Orçamento do Estado de 2025 para o efeito (1,5 milhões), quando o PRSE tinha inicialmente uma verba anunciada de 155 milhões de euros.
“Percebemos que na verba destinada ao Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela encontram-se alocados apenas 1,5 milhões de euros. Ou seja, falamos de menos de um centésimo do valor necessário para concretizar o plano”, referiu o eleito do PS.
Através da moção enfatizou-se que o PRSE foi visto pelas populações da região como “um sinal de esperança” e é pedido ao Governo que explique “qual a estratégia para os territórios da serra da Estrela, se é que ela existe”, e se o PRSE “é, ou não, uma prioridade”.
Lino Torgal, do PSD, criticou a bancada socialista, por apresentar uma moção onde “junta o que não foi feito em oito anos” em matéria de coesão territorial.
Do CDS, Nuno Reis também censurou o PS por na moção “juntar a revolta do alcatrão e o que aconteceu na serra da Estrela”.
Vítor Reis Silva, eleito do PCP, que votou favoravelmente, alertou que não concorda com o modelo de gestão que estava previsto e frisou que “o Parque Natural da Serra da Estrela não deve ser gerido a partir de Coimbra”.
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