As obras na Linha ferroviária do Oeste (Sintra/Figueira da Foz) não garantem condições de segurança para habitantes e automobilistas junto à estação de S. Mamede, no Bombarral, alertou hoje a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste.
“As obras efetuadas junto à estação, do lado poente, não cuidaram do necessário alargamento da Rua da Caldeira, para garantir as condições de segurança de quem ali habita, apesar de haver terreno suficiente para o fazer”, considerou a comissão em comunicado.
Esta estrutura explicou que o fluxo de trânsito entre a Rua da Caldeira e a Rua do Castro é “muito superior ao que tinha, porque os automobilistas passaram a utilizar esta via para evitar a passagem de nível junto à estação da CP e seguirem no sentido da Roliça, fugindo a longas filas de trânsito que se formam quando as cancelas estão fechadas pela passagem de comboios”.
Com a eletrificação da Linha do Oeste, a comissão teme que o problema venha a agravar-se, já que “o número de composições a cruzar a via naquele local, nos dois sentidos, poderá duplicar”.
A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste alertou também para a situação “grave” na Rua dos Almocreves, na ligação com a Rua do Castro e com a Estrada Nacional 8, também junto à mesma estação, no distrito de Leiria, a qual, após a ponte sobre a linha, “estreita de tal maneira que mal cabe um pesado”.
“Os sucessivos governos e a Infraestrutura de Portugal [IP] procuraram mais poupar do que dar luz a uma obra que dê resposta a uma maior eficácia e eficiência deste eixo ferroviário”, acrescentou.
A comissão exemplificou com a manutenção da Passagem de Nível de S. Mamede, por ser a “solução mais barata”, “mesmo com todas as consequências de estrangulamento do tráfego rodoviário na N8 e na N8-4 e de redução das condições de segurança para automobilistas e peões no local”.
Em alternativa, defendeu passagens desniveladas e eliminação das passagens existentes em S. Mamede, mas também noutras localidades ao longo da Linha do Oeste, tendo em conta que a velocidade de circulação dos comboios vai ser superior à atual.
A IP adiou para o final deste ano a conclusão das obras de modernização e eletrificação na Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz), devido a sucessivos atrasos na empreitada, para os quais a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste tem alertado.
O projeto de modernização da Linha do Oeste está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira a de eletrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, num investimento de 61,7 milhões de euros (ME).
A segunda consiste na modernização e eletrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, orçada em 40 ME.
Contudo, o investimento global é de 160 ME, incluindo expropriações.












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