A empreitada de recuperação do Jazigo Municipal do Cemitério da Conchada foi consignada hoje, dia 4 de novembro, à empresa Irmãos Lopes & Cardoso, por mais de um milhão de euros (M€), com um prazo de execução de 360 dias.
O jazigo encontra-se já em elevado estado de degradação e a obra é de grande sensibilidade, por se tratar de um edifício que faz parte de um conjunto em vias de classificação, o Cemitério da Conchada. O auto de consignação decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal (CM) de Coimbra e contou com a presença do presidente da Câmara, José Manuel Silva, da vereadora das Edifícios e Equipamentos Municipais, Ana Bastos, do vereador do Ambiente, Carlos Matias Lopes, do dono da empresa Irmãos Lopes & Cardoso, Fernando Nunes Correia, bem como dos serviços municipais envolvidos.
O concurso público para a recuperação do Jazigo Municipal do Cemitério da Conchada foi lançado a 5 de fevereiro deste ano e hoje a empreitada foi finalmente consignada. Recorde-se que está é a terceira vez que o concurso é lançado, sendo que das outras duas vezes, a 25 de maio e 30 de dezembro do ano 2020 não foram apresentadas propostas válidas. Recorde-se que o Executivo municipal aprovou, na reunião de Câmara de dia 27 de maio, a proposta de adjudicação para esta empreitada de recuperação do Jazigo Municipal com Columbário, no Cemitério da Conchada, à empresa Irmãos Lopes & Cardoso, Lda., pelo valor de 987.276,40 euros, ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor, com um prazo de execução de 360 dias.
O edifício, que se encontra em elevado estado de degradação e apresenta questões graves de segurança, acolhe cerca de 1.500 urnas que serão provisoriamente deslocadas durante a obra. “As coberturas apresentam graves problemas de infiltração, decorrentes do mau estado das telhas, beirados, remates e elementos de drenagem. As caixilharias de madeira apresentam-se muito degradas, com elementos apodrecidos, vidros partidos e ferragens estragadas ou em falta. No corpo principal (zona de jazigo), a ocorrência de um incêndio há cerca de 20 anos provocou graves danos estruturais na ala lateral esquerda, tendo afetado os três níveis superiores de prateleiras”, pode ler-se na informação dos serviços municipais.
A obra agora consignada passa, essencialmente, pela demolição da construção espúria anexa ao corpo lateral direito, adaptação da cave do corpo lateral direito a zona técnica de lavagem de ossadas com criação de acesso pelo exterior, adaptação da subcave do corpo lateral direito (antiga cisterna) a arquivo morto administrativo, remodelação integral das coberturas (estrutura e revestimento), execução de órgãos de drenagem pluvial e substituição das caixilharias exteriores de madeira por novas em ferro preto baço.
A componente de Columbário ou Cendrário no Jazigo Municipal, entendendo-se por estes termos o local de deposito dos potes das cinzas provenientes da cremação, vai dar uma resposta com muita procura na época atual em que há grande número de cremações em Coimbra, provenientes da região Centro.
Vai, ainda, proceder-se à limpeza e à reparação de cantarias, reparação de caixilharias em ferro, vitrais e portas em ferro e em madeira, picagem de rebocos exteriores e interiores com execução de novos e pinturas, apenas no corpo lateral direito, pintura geral do edifício, reconstrução da estrutura dos jazigos muito degradada, estrutura de suporte metálica e lajes em pedra de calcário cinzenta e execução do guarda vento e móvel Columbário em madeira.
Da empreitada consta, também, intervenções nas instalações elétricas especiais, no mecanismo de elevação/deslocação (ponte rolante, no sistema SCIE – Segurança Contra Incêndios em Edifícios), na execução do telheiro numa estrutura de laje e pilares de betão, para estacionamento das máquinas de trabalho e com arrumo de ferramentas, na casa do pessoal, concretamente com pinturas gerais, e vai ser criado um alpendre para tratamento de roupas e a requalificação da copa/zona de refeições.
O Cemitério da Conchada encontra-se em vias de classificação pelo que se aplica a proteção legal prevista na Lei 107/2001, de 8 de setembro, lei de bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural. O critério que fundamenta a intervenção no jazigo é o da não intrusão e preservação da imagem e, na medida do possível, da sua funcionalidade pelo que tem parecer positivo da Direção Regional da Cultura do Centro.
O edifício é composto por um corpo principal ao centro e elevado, com um único piso, tetos em abóbada, e entrada pela fachada principal definida com pórtico em cantaria, e dois corpos laterais mais baixos. O corpo da direita desenvolve-se em rés do chão, cave e subcave. O corpo da esquerda desenvolve-se em rés do chão e cave.
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