A Plataforma de Defesa do Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) disse hoje que o projeto da central fotovoltaica da Beira “é a maior ameaça” ao parque, à zona de proteção especial de aves e ao Geopark Naturtejo.
“Estão ameaçadas mais de 140 espécies de aves com este projeto. Algumas com as maiores populações de Portugal no Tejo Internacional, como é o caso do Abutre Preto, e exclusivas, como o caso do Cortiçol de Barriga Branca”, explicou, em comunicado enviado à agência Lusa, esta plataforma cívica de defesa do PNTI constituída por cidadãos, entidades e associações nacionais e estrangeiras.
Argumentaram que a área de estudo da central fotovoltaica “sobrepõe-se com uma área muito crítica para aves estepárias e com uma área crítica para aves de rapina”.
“Serão sete os habitats prioritários de conservação destruídos por este projeto. Estes habitats da diretiva comunitária habitats, a qual Portugal está obrigado a proteger, e que foram transpostos para o diretivo português pelo Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril”, sustentaram.
A plataforma sublinhou ainda que cerca de 8% da área da central está ocupada por habitats de interesse comunitário, sendo que “o habitat 6310 (Montados de Sobreiro e Azinheira) é o mais abundante ocupando cerca de 62 hectares da área, seguindo-se o habitat 5330 ocupando cerca de 20 hectares da área da central”.
“O projeto prevê a instalação de 425.600 módulos, que vão destruir 464 sobreiros e azinheiras sobreiros, apenas na área de implementação da central, sem contabilizar os milhares de árvores e arbustos dos 33 quilómetros de corredor da linha elétrica”, argumentaram.
Segundo a Plataforma de Defesa do PNTI, todo o projeto da central fotovoltaica está dentro da área proposta de alteração dos limites da zona de proteção especial do Tejo Internacional, Erges e Pônsul.
O projeto da central fotovoltaica da Beira contempla a instalação de 425.600 módulos fotovoltaicos, com uma potência total de 266 Megawatt (MW), numa área de 524,4 hectares dos concelhos de Castelo Branco (Monforte da Beira, Malpica do Tejo, Benquerenças, União das Freguesias de Escalos de Baixo e Mata e Castelo Branco) e em Idanha-a-Nova (Ladoeiro e União das Freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes).
A plataforma referiu que vai recorrer a todos os meios, incluindo os legais, com queixas nos tribunais e na Comissão Europeia.
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