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A concelhia socialista e a candidatura da CDU à Câmara de Coimbra acusaram hoje a coligação liderada pelo PSD, com maioria no município e na junta, de violar a lei ao promover um arraial para o último dia de campanha.
O “Coparias Coimbra – Arraial Popular”, iniciativa que pretende evocar o espírito da Feira da Golegã, foi anunciado na quarta-feira, numa conferência de imprensa que contou com a presença do presidente da Câmara e recandidato, José Manuel Silva, e do vice-presidente da União de Freguesias de Coimbra (UFC), Carlos Pinto, que é agora o candidato à liderança daquela autarquia.
O atual presidente da UFC, João Francisco Campos, repudiou à agência Lusa as acusações da CDU e PS, vincando que o evento estava programado “há muito tempo” e que não há qualquer apoio financeiro direto da junta ao evento, que é organizado pelo Coparias.
No próprio dia da conferência de imprensa, as candidaturas da CDU à Câmara de Coimbra e à UFC manifestaram a sua “mais profunda indignação” com a iniciativa agendada “nas últimas horas da campanha eleitoral”.
“Não é mais do que uma flagrante iniciativa de campanha organizada com financiamento público, colocando os recursos de todos os conimbricenses ao serviço de interesses particulares”, denunciou a CDU, que apresentou queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A CDU notou que a coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/IL/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/MPT/Volt) “dá finalmente a conhecer o seu candidato”, Carlos Pinto, acusado já anteriormente pela coligação liderada pelo PS de se esconder sob a sombra do presidente cessante, João Francisco Campos, que aparece na propaganda da candidatura àquela junta apesar de não estar nas listas.
Hoje, os socialistas, que lideram a coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN), também anunciaram que apresentaram queixa junto da CNE, considerando que o arraial previsto para o Jardim da Sereia é uma “violação reiterada da lei eleitoral”.
“O Partido Socialista de Coimbra denuncia com veemência o abuso da máquina autárquica levado a cabo pelo atual executivo municipal e pela União das Freguesias de Coimbra, que decidiram transformar o Jardim da Sereia num palco de propaganda eleitoral disfarçado de arraial”, lê-se no comunicado enviado hoje à agência Lusa.
Para os socialistas, “ainda mais caricato — e revelador da falta de decoro político — é o facto de se invocar o “espírito da Feira da Golegã” para animar Coimbra, uma importação cultural sem nexo nem urgência” e que não representa qualquer tradição inadiável para o dia seguinte às eleições autárquicas de domingo”.
O PS de Coimbra exige que a CNE “atue de imediato”.
Questionado pela Lusa, João Francisco Campos salientou que quem organiza o evento “é o Coparias” e não foi pago “um tostão para o evento”.
“Foram eles que nos pediram a conferência de imprensa e acho que não fazia sentido estar o responsável da Coparias lá sozinho. Seria de mau tom”, disse.
João Francisco Campos considerou que “o PS deveria ter vergonha, quando teve um candidato a utilizar material da Câmara de Coimbra para as obras com o lema ‘Valorizar Coimbra’, que era depois o ‘slogan’ da campanha”.
“Isto começa a ser ridículo. Quando não há nada de novo, quando não há ideias, ficam as queixinhas”, criticou.
O arraial irá decorrer no Jardim da Sereia, na sexta-feira, entre as 16:00 e as 23:00, propondo-se a trazer à cidade “o espírito” do Coparias, espaço da Feira Nacional do Cavalo da Golegã, lê-se numa nota de imprensa sobre o evento.
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