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Castelo Branco aprova orçamento de 80 milhões que dá “novo impulso” ao concelho

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A Câmara de Castelo Branco aprovou hoje, com o voto de qualidade do presidente, o orçamento para 2025, no valor de 80 milhões de euros, mais 11,9 em relação a este ano, um documento que Leopoldo Rodrigues considerou “um novo impulso”.

Jorge Pio, do movimento independente Sempre, argumentou que o caminho seguido pelo executivo é de “implosão do desenvolvimento” e destacou que o mais significativo é “a quantidade de projetos que não está previsto serem concretizados” em 2025.

“É um orçamento que concretiza o trabalho desenvolvido ao longo destes três anos. Quando este executivo tomou posse, praticamente não havia projetos. Tivemos de lançar procedimentos, projetos e estamos em condições de lançar as obras”, frisou o presidente do município, Leopoldo Rodrigues.

Segundo o autarca socialista, em declarações à agência Lusa, o documento “reflete um novo impulso para Castelo Branco e é o orçamento da concretização”.

Leopoldo Rodrigues acentuou que a sua equipa tem feito um esforço para desenvolver os projetos que considera estruturais para o desenvolvimento do concelho e que estão “perto dos 27 milhões de euros de obra, ou em execução, ou a iniciar brevemente”.

Entre os investimentos previstos estão a Escola de Chefes, no valor de 2,6 milhões de euros, que o presidente admite poder vir a transitar para o ano seguinte, intervenções no Centro de Saúde de Alcains, na Unidade de Saúde Familiar da Avenida Nuno Álvares, num prédio no Bairro da Carapalha destinado a rendas acessíveis, a construção de uma creche para 84 crianças, a requalificação da Praça da Devesa, a construção da piscina-praia de Almaceda ou o arranjo de estradas.

Está também inscrita, no valor de um milhão de euros, a ampliação da placa do Aeródromo Municipal e a iluminação da pista, para permitir voos noturnos.

Leopoldo Rodrigues vincou a continuação da aposta no apoio aos cidadãos e às famílias, dando o exemplo da Escola a Tempo Inteiro ou o pagamento de medicamentos a pessoas com carência económica.

O documento foi aprovado com o voto contra dos três vereadores do Sempre – Movimento Independente, e a abstenção de João Belém, eleito pelo PSD, a quem o partido retirou a confiança política.

Jorge Pio, do Sempre, justificou o voto contra por entender que “este é o orçamento dos quatro R: radical, recalcado, risível e de resignação”.

“Radical, porque se fosse executado na íntegra iria reduzir as disponibilidades do município em 23 milhões de euros, mais de metade das disponibilidades atuais”, justificou o vereador do movimento independente.

O eleito do Sempre frisou ser também recalcado, por serem “sempre os mesmos projetos, se concluir que nada foi executado, as promessas feitas não foram concretizadas” e o aumento do valor ser o reflexo de que se “esteve a acumular a execução dos últimos três anos”.

Jorge Pio acrescentou ser um documento risível, por contar com “aspetos quase anedóticos”, como a inclusão do projeto da Barragem do Barbaído, que passou para os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, e voltou a ser integrado no orçamento municipal.

O vereador da oposição censurou ainda a maioria por no último ano de mandato o executivo pretender integrar no quadro do município 200 funcionários, um aumento de 33% do número atual e um acréscimo de 13% na despesa com pessoal, referiu.

A afirmação é contestada por Leopoldo Rodrigues, que adiantou estarem previstos no Mapa de Pessoal 162 novos postos de trabalho “de acordo com as necessidades dos serviços”, que salientou estarem deficitários quando tomou posse, disse que há vários funcionários que se vão aposentar a curto prazo e mencionou a importância de se fazer uma “transição do conhecimento”.

“Temos uma boa relação entre custos com pessoal e a saúde financeira”, garantiu o presidente.

A autarquia continua também a aplicar a taxa mínima de 0,3% de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o valor do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) a que tem direito e que será devolvido aos cidadãos aumenta de 3% para 4% no próximo ano.

Contactado pela Lusa, João Belém informou ter-se abstido, mas recusou fazer qualquer comentário sobre o seu sentido de voto.

Notícias do Centro | Lusa

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