O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas (PSD), mostrou-se hoje convencido de que o Governo pagará o que deve ao Grupo Sevenair para que a ligação aérea Bragança-Portimão não pare na segunda-feira.
Na quarta-feira, o Grupo Sevenair anunciou que a ligação aérea Bragança-Portimão vai parar na segunda-feira devido à falta de pagamento do serviço pelo Estado, que tem uma dívida total de 3,8 milhões de euros, provocando o “estrangulamento de tesouraria”.
Fernando Ruas considerou que a razão invocada pelo grupo “é incompreensível” e que na sexta-feira questionará o ministro das Infraestruturas sobre essa situação, durante uma reunião que tem agendada.
“Ninguém manda uma empresa trabalhar para aquecer. Não acredito que o Estado não pague. Atrasou-se, mas, em face desta situação de contestação, eu acredito que o Estado pague”, afirmou o autarca social-democrata aos jornalistas, no final da reunião pública do executivo camarário.
O contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão terminou em 28 de fevereiro, tendo sido assinados dois ajustes diretos para manter a linha em funcionamento, enquanto o Governo lançava um novo concurso internacional para a concessão do serviço.
Em janeiro, o Grupo Sevenair assinou um primeiro ajuste direto ainda com o Governo anterior, que vigorou de março a junho, por 750 mil euros, e, já com o atual executivo, liderado por Luís Montenegro, foi assinado um segundo ajuste direto, válido até setembro, por 900 mil euros.
Em ambos os casos, segundo a Sevenair, o contrato previa que “o Estado pagasse mensalmente, de acordo com a prestação do serviço de transporte que foi integralmente prestado”, dando conta de que o Governo ainda não liquidou “o valor integral de todos os serviços aéreos prestados este ano na ligação aérea regional” Bragança – Portimão.
Na reunião com o ministro, Fernando Ruas abordará também a questão da ligação rodoviária entre Viseu e Coimbra, por considerar que a requalificação do Itinerário Principal (IP) 3 que está em curso não faz sentido, por prever uma zona de afunilamento.
Segundo o autarca, estão previstas quatro vias de Viseu até Penacova, depois um troço que tem duas vias num sentido e uma noutro, seguido de “um percurso mínimo” com apenas uma via em cada sentido e, na zona de Souselas, novamente quatro vias até à autoestrada.
No seu entender, as duas capitais de distrito [Viseu e Coimbra] têm de ficar ligadas por uma estrada com quatro vias e, por isso, vai voltar a propor ao Governo: “façam uma via nova de onde acabam as duas/duas (vias) que vêm de Souselas até onde começam as duas/duas (vias) para Viseu”.
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